Networking: perda de tempo ou investimento?

PEDRO SIGNORELLI   Eu tenho me beneficiado muito do networking nos últimos anos e penso que aproveitei mal essa possibilidade no início da carreira. Sabe aquele artigo ou...

PEDRO SIGNORELLI

 

Eu tenho me beneficiado muito do networking nos últimos anos e penso que aproveitei mal essa possibilidade no início da carreira. Sabe aquele artigo ou post: “10 coisas que gostaria de saber no início da carreira”? Ou ainda, “10 coisas que eu digo para mim 20 anos mais jovem”? Pois é. É algo que eu deveria ter trabalhado de maneira mais consciente ao longo da minha jornada profissional. Algo que eu deveria ter trabalhado ativamente, com objetivos claros. E outro item que eu deveria ter aprendido antes é trabalhar com OKRs, que eu poderia ter aplicado nesta agenda e teria me ajudado muito.

No ambiente de trabalho, interagimos com pessoas bastante diferentes a todo momento, tanto de personalidade quanto de área de atuação. Essa troca de conhecimento nos dá a oportunidade de uma construção das relações dentro da empresa, mas que também pode ser extrapolada para fora dela, quando surge uma oportunidade, o que contribui de forma efetiva para o desenvolvimento e o fortalecimento da sua rede de contatos.

Dados de uma pesquisa realizada por Lou Adler, especialista em contratações baseadas na performance, em parceria com o LinkedIn, apontam que 85% das vagas de emprego são preenchidas por meio do networking profissional e pessoal. Ou seja, ter uma rede de relacionamento é cada vez mais essencial dentro do mercado de trabalho.

O networking é sobre criar conexão com as pessoas, estabelecendo uma relação, é muito mais do que ampliar sua lista de contatos no telefone. A proposta dessa prática é estabelecer parcerias, compartilhar ideias, dividir informações e até mesmo fazer indicações para vagas de emprego ou promoções dentro da própria empresa.

Apesar de às vezes parecer interesse, o networking não é uma relação baseada apenas pelo que o outro pode lhe dar ou oferecer, muito pelo contrário. Ter uma rede de relacionamento faz com que você se desenvolva como profissional, visto que a troca que tem com os outros pode – ou deve – promover uma evolução mútua.

Em alguns casos, também é possível construir amizades que podem ser levadas para fora do ambiente de trabalho. No entanto, é bem importante saber separar as coisas e se lembrar que os contatos adquiridos no meio corporativo e que querem manter uma relação estritamente profissional, devem ser respeitados e acima de tudo, preservados.

Desta forma, podemos perceber que o networking é uma prática fundamental para os rumos da trajetória profissional de uma pessoa e quando realizado de forma adequada, faz bem tanto para o colaborador, quanto para a sua empresa, que pode ser beneficiada pela melhora constante deste indivíduo.

Neste cenário, os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) – são uma ótima ferramenta para ajudar a construir a visão que deseja que os outros tenham de você, de onde sua rede pode/deveria ser construída, quais são suas fortalezas e fraquezas, como você pode ajudar os demais, quais pontos do seu temperamento você deve explorar, desenvolver etc.

Os OKRs são uma ferramenta de gestão, cada vez mais usada por empresas de todos os segmentos, e perfeitas também para a gestão pessoal. Como vimos, eles auxiliam na definição dos seus próprios objetivos, na criação das metas e estratégias claras para conseguir conquistá-los e até mesmo na obtenção do foco necessário, durante o processo, que pode e deve ser revisado periodicamente, para que se tenha noção do que foi alcançado e o que é preciso fazer para alcançar a meta ainda não atingida.

(*) PEDRO SIGNORELLI é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/