Prefeitura leva curso do Senar de implantação e manejo de capineira e doa mudas de árvores frutíferas

O objetivo do curso é instruir pequenos produtores e criadores de gado todas as etapas do plantio de capiaçu, desde a análise e preparo do solo, passando pela...

O objetivo do curso é instruir pequenos produtores e criadores de gado todas as etapas do plantio de capiaçu, desde a análise e preparo do solo, passando pela adubação pré e pós plantio, além de técnicas de manejo da forrageira, que é utilizada principalmente na alimentação dos animais, reduzindo custos com ração e milho.

A Prefeitura de Várzea Grande, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEMMADRS), levou para a comunidade Formigueiro o curso de implantação e manejo de capineira, ao longo desta semana. A formação retoma a série de cursos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e com o Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento, no ano de 2023.

No curso, os pequenos produtores e criadores de gado, suínos e aves aprenderam todas as etapas do plantio de capiaçu, desde a análise e preparo do solo, passando pela adubação pré e pós plantio, além de técnicas de manejo da forrageira, que é utilizada principalmente na alimentação dos animais, reduzindo custos com ração e milho.

“É uma forma de baratear o custo porque ele coloca 30% de milho e 70% de capim triturado. Com o milho altamente caro, você economiza 70%. Muita gente deixou de criar animais por falta de condições de comprar a ração. Hoje em dia, quanto mais adubo orgânico usar, melhor para a questão ambiental e também financeira porque uma tonelada de adubo super simples está em torno de R$ 800 a R$ 900, já o adubo orgânico é produzido na própria propriedade”, explica o instrutor do Senar-MT, Wanderson Batista, que é engenheiro agrônomo com mestrado em Ciências Ambientais.

Quem já utiliza essa técnica na comunidade é o aposentado Daniel França, que mora há 3 anos em Formigueiro, onde cria cerca de 20 cabeças de suínos. Ele conta que já fez o curso anteriormente e resolveu fazer novamente para se atualizar. “Todos os cursos que o Senar está fazendo aqui eu estou fazendo esforço de participar. Está sendo excelente porque eu aprendi a criar porco só no caroço de milho e hoje eu tenho uma visão tão diferenciada de tudo isso. A gente hoje faz a capineira, chego de manhã e preparo a comidinha deles com milho, farelo de soja, sal e capiaçu triturado. O básico da alimentação desses animais é o capim porque se eu for comprar só milho e farelo pra eles eu não aguento”, afirma.

Quem também está interessado em aumentar sua produção de capiaçu é Jairo Antônio da Silva Borges, pequeno produtor rural e presidente da Associação Comunitária Agrícola do Formigueiro (Ascaf). Ele cria gado para produção de leite e derivados, por isso, a capineira é estratégica para o seu negócio. “A gente corta, tritura e faz silagem ou põe direto no coxo para o gado, pro porco, ovino, caprino e galinhas também comem o capim triturado no meio da ração. Pra gente quanto mais conhecimento melhor, ainda mais sobre o manejo, que é o nosso dia-a-dia no campo”, relata. Jairo complementa ainda que com o apoio da Prefeitura de Várzea Grande, ele já conseguiu preparar o solo onde será a capineira com calcário e gradeamento.

O mais jovem da turma de 15 alunos do curso de manejo de capina, Tiago Sales, 19 anos, mora com a mãe no Formigueiro, onde criam porcos, galinhas e têm plantação para consumo próprio. Ele conta que com o conhecimento adquirido, pretende começar a plantar capim para alimentar os animais. “Acho bacana. Penso em continuar trabalhando aqui com minha mãe, dar continuidade e aumentar a nossa produção e criação de galinha”.

Apoio constante

A oferta do curso de implantação e manejo de capineira faz parte de uma série de qualificações no ramo de forrageiras realizadas na comunidade Formigueiro, desde o ano passado. Também em parceria com o Senar-MT e com o Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento, foram feitos cursos de alternativas de alimentação para bovino no período da seca (silagem), manejo e conservação do solo e olericultura básica.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável, Célio dos Santos, o trabalho contínuo segue a política que o prefeito Kalil Baracat determinou para a gestão. “Nosso objetivo ao promover esses cursos é auxiliar o pequeno produtor para que atinja o maior potencial possível de sua propriedade, de forma sustentável, ambientalmente correta, para que ele consiga obter renda e viver do campo. Muitas dessas pessoas já têm muito conhecimento popular sobre o cultivo da terra, mas o conhecimento técnico é primordial para impulsionar os resultados”, comenta.

O instrutor do Senar-MT, Wanderson Batista, ressalta a importância da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável na viabilidade das capacitações. “Sem a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Várzea Grande, não teria condições de fazer os cursos. A gente sempre agradece ao Wilson e ao pessoal da Prefeitura porque eu chego aqui para dar aula e minha caixa de materiais já está toda aí, eles estão no dia-a-dia nas comunidades levantando as demandas e fazem as solicitações dos cursos junto ao Senar, levam e buscam instrutor nas comunidades. É um apoio fundamental que a gente recebe deles”, afirma.

Trabalho humanizado

Servidor da SEMMADRS há 11 anos, o técnico em agropecuária Wilson Márcio foi quem deu o suporte operacional no curso de manejo de capina e, na quarta-feira (25), levou 50 mudas de árvores frutíferas, como tamarindo e caju, para os 15 alunos da turma. As plantas são oriundas do viveiro municipal.

Nos últimos meses, Wilson esteve atuando em outras frentes da Secretaria, como o combate às queimadas no período de seca e viveiro municipal. Ao retornar para a coordenação de Desenvolvimento Rural Sustentável, assim como os demais servidores da Pasta, ele tem sido recebido com alegria entre os membros das comunidades rurais de Várzea Grande. “Para mim é muito gratificante ver o trabalho sendo reconhecido e poder de alguma forma contribuir com essas pessoas porque a população da agricultura familiar é muito apegada, são pessoas unidas e que precisam desse apoio. Então, a gente vem aqui e levanta as demandas, traz os serviços da Prefeitura e acaba gerando esse bom relacionamento com todos”, relata.

Por Secom – VG