Troca de experiências entre gerações no mercado de trabalho fortalece um modelo colaborativo

A interação entre profissionais de diferentes idades está moldando novas dinâmicas corporativas

Por muito tempo, o mercado de trabalho focou em classificar as gerações de acordo com características rígidas, criando barreiras desnecessárias entre profissionais mais jovens e mais experientes. No entanto, o que se observa hoje é uma necessidade de desconstruir essas divisões. Não se trata mais de focar em gerações isoladas, mas em como todas elas têm muito a oferecer umas às outras. É cada vez mais consenso entre especialistas que é preciso questionar a insistência em encaixar os profissionais em rótulos baseados apenas na idade.

Os benefícios se refletem na comunicação e satisfação das equipes, mas não apenas. Um estudo realizado pelo World Economic Forum em parceria com a Associação Americana de Aposentados (AARP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) destaca que times compostos por diversas gerações impulsionam a inovação e contribuem para um aumento de até 19% no PIB per capita nos próximos 30 anos.

Segundo Andrea Eboli, estrategista de negócios com mais de 25 anos de experiência, o mercado de trabalho precisa de uma nova abordagem, deixando para trás o costume de julgar a competência de alguém com base na idade. “Quando falamos de colaboração no trabalho, a questão não é a idade ou a geração, mas sim a capacidade de trabalhar juntos para criar algo produtivo e inovador. Essa lógica antiga é simplista e divisiva”, pontua.

Novas formas de colaboração

Nas últimas décadas, o mercado de trabalho era muito mais rígido, e a progressão profissional seguia uma estrutura linear. Jovens entravam como aprendizes ou estagiários e só depois de muitos anos alcançavam cargos de liderança. No entanto, com o surgimento das startups e a agilidade que o mercado exige, as empresas perceberam que líderes mais jovens estão assumindo grandes responsabilidades mais cedo em suas carreiras, chegando inclusive à posição de CEOs.

Essa mudança reflete um ambiente de trabalho que é muito mais focado em resultados e flexibilidade do que em seguir um caminho tradicional e hierárquico. “Estamos vendo uma mudança clara. A idade deixou de ser um critério fixo para avaliar competência. O mercado valoriza quem consegue se adaptar e inovar rapidamente, independentemente da geração”, ressalta Andrea.

Em paralelo, algumas empresas estão revisando suas políticas de aposentadoria e buscando profissionais sêniores para ocupar posições estratégicas em áreas que exigem uma visão de longo prazo e experiência em gestão de crises. Essas mudanças mostram que o foco hoje não é mais apenas no tempo de serviço, mas na capacidade de entregar resultados em diferentes contextos. “Estamos começando a entender que gerações diferentes trazem pontos fortes complementares. Isso cria um ambiente mais colaborativo e diversificado, ajustado às novas demandas do mercado”, acrescenta Andrea.

A troca que beneficia todos

No ambiente de trabalho atual, em vez de focar em quem pertence a qual geração, as empresas estão começando a valorizar a flexibilidade e a capacidade de adaptação de cada indivíduo. O que antes era visto como uma divisão natural — jovens trazem inovação, e os mais experientes oferecem estabilidade — agora está sendo ressignificado. Ambos os grupos são vistos como agentes dinâmicos, com o potencial de contribuir de maneira criativa e estratégica.

Essa mudança de mentalidade abre espaço para algo ainda mais interessante: a fusão de habilidades, onde profissionais de diferentes idades trabalham de forma fluida e colaborativa, sem estarem limitados ao papel que tradicionalmente seria atribuído à sua faixa etária. Segundo Andrea Eboli, a troca de ideias entre gerações é o que realmente faz a diferença. “Não se trata de dividir as pessoas em categorias de idade, mas sim de integrar diferentes habilidades e visões para resolver problemas de forma mais eficaz. O futuro do trabalho será construído por equipes que se complementam e inovam juntas”, afirma.

Andrea tem um projeto que reforça seu objetivo em dar voz para este aprendizado intergeracional. O podcast Gerações, ainda em fase de produção, ajudará a colocar o assunto em pauta por meio da troca de experiências entre profissões e profissionais das mais variadas idades. Mas a mensagem já está clara: o futuro do trabalho depende da colaboração entre diferentes faixas etárias, onde todos têm algo para compartilhar.

 

Sobre Andrea Eboli

Andrea Eboli é uma executiva e estrategista de negócios com mais de 25 anos de experiência, conhecida por sua atuação em empresas como Natura, onde liderou projetos de marketing e estratégia.  Com doutorado em Negócios pela Swiss Business School e especializações em marketing por Harvard e NYU, Andrea se destacou em iniciativas de novos negócios e integração omnichannel. Além de sua carreira corporativa, ela é empreendedora, fundadora da empresa de consultoria EDR, onde constrói soluções de negócio para médias e grandes empresas. Professora de MBA da FGV , Andrea também é co-autora do livro “Pivotal Leadership”, best-seller nos Estados Unidos. Em suas redes sociais Andrea dá dicas de negócios para jovens profissionais que ingressam no mercado de trabalho, buscando ajudá- los em sua jornada corporativa.

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