Coletivo reproduz mensagens em muros e prédios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães

Quando a pandemia começou, a vontade de confortar os transeuntes e moradores em isolamento deu lugar à iniciativa Projeções Poéticas. São fotografias, colagens e vídeos que serão transmitidos...

Quando a pandemia começou, a vontade de confortar os transeuntes e moradores em isolamento deu lugar à iniciativa Projeções Poéticas. São fotografias, colagens e vídeos que serão transmitidos em quatro noites especiais de projeções em muros e prédios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães.

Nesta sexta-feira (16.07), as projeções podem ser visualizadas na entrada da Casa das Pretas, na Praça da Mandioca, a partir das 18h. A fachada da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito é suporte para a arte visual no sábado (17.07), no mesmo horário.  No próximo sábado (24.07) é a vez de Chapada dos Guimarães, quando as imagens serão exibidas na fachada da Igreja Nossa Senhora de Santana, também às 18h.

Em todas as atividades serão seguidos protocolos de biossegurança. Para quem observa, o uso de máscaras deve ser obrigatório e deve ser evitada aglomeração, com orientação de distanciamento mínimo de 1,5 m entre os observadores.

Divulgação Daniela Kern e Raquel Diógenes organizam projeções no Beco do Candeeiro

Para aprimorar o conteúdo e consolidar o movimento, as artistas visuais Daniela Kern e Raquel Diógenes se conectaram a outros artistas e a arte ativistas de várias regiões do país que somam ao Coletivo Projetemos. Nascia assim, em solo mato-grossense, o Projeções Poéticas.

Com incentivo do edital MT Nascentes, da Lei Aldir Blanc, o coletivo em movimento, como ela costuma conceitua-lo diante da infinidade de possibilidades de conexões, idealiza o projeto “Sou Natural, Sou Natureza”.

“A vídeo projeção é uma manifestação artística inovadora, uma intervenção urbana que vem sendo bastante utilizada. É também inclusiva e provoca reflexões íntimas ao visibilizar importantes questões do nosso tempo. Se antes nossas projeções quebraram a monotonia da vida durante o período mais crítico da pandemia e depois, alertaram sobre a tragédia no Pantanal, agora, elas se debruçam sobre a relação entre o humano e a natureza”, explica.

As projeções pensadas para a nova fase do coletivo Projeções Poéticas ajudam a repensar nossa relação com a fauna e flora, notadamente, da mulher e da Terra. É aí que surge a figura de Dona Sebastiana, anciã que guia o coletivo nessa imersão. A benzedeira, dotada de uma relação ancestral com terra e o rezo, provoca a reflexão sobre a relação que temos com a natureza.

“Folhas, flores e árvores do Cerrado foram base ao trabalho de design. Também as plantas do jardim de dona Sebastiana, de onde saem os ‘ingredientes’ de suas poções. O corpo da artista visual Elisa também aparece como suporte de poesia. Apostamos no tom das cores em flúor para traduzir uma atmosfera de fantasia, quase um sonho. Com a arte desejamos despertar a empatia dos observadores”, conta Daniela.

Para ela, a arte é uma fonte de transformação capaz de despertar a consciência humana e evocar sensações a partir da beleza das imagens, a leveza do contato com a superfície das construções e o efêmero de sua presença.

“Principalmente em um momento de tantas perdas socioambientais. É a poesia visual que surge como um alerta também. Este projeto é um manifesto visual que desperta reflexões sobre a importância do cuidado e da reverência à natureza em nossas vidas. Esse movimento nos inspira. Esperamos que essas mensagens toquem olhares e corações ávidos pela arte”.

Acompanhe as ações do coletivo Projeções poéticas pelo Instagram: @projecoespoeticas. 

Reprodução: Governo de Mato Grosso.