Stéphano do Carmo
A pandemia causada pela Covid-19 tem mexido de forma significativa com o cotidiano das pessoas em todo o planeta. Em Mato Grosso, o governador Mauro Mendes realizou ações rápidas de combate ao vírus, tornando o estado referência nacional. Enquanto outros estados gastaram milhões para construir hospitais de campanha, ou seja, temporários, o Governo de Mato Grosso construiu um hospital permanente e de ponta, em 45 dias, com quase 300 leitos, para atender os pacientes do coronavírus. Além disso, comprou respiradores e descentralizou o atendimento disponibilizando leitos no interior do estado.
Para falar do vírus é preciso fazer um resgate histórico, onde os grandes acontecimentos, como guerras, pandemias e catástrofes mexem com hábitos, convenções e, principalmente, com os modos de produção e consumo das pessoas, gerando novas necessidades. Foi assim após as duas grandes guerras do século passado (primeira 1914 a 1918 e a segunda 1939 a 1945), também com a grande depressão (crise de 1929), ou mesmo com as pandemias (peste bubônica, varíola, cólera, gripe espanhola, gripe suína e H1N1).
Isso afeta não só o psicológico como também toda a forma de trabalho e renda. Assim que a vida e as coisas voltarem ao que chamamos de “normal” iremos nos deparar com uma nova realidade. Até porque nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, como diz a música “Como uma onda”, do cantor e compositor Lulu Santos. É papel do Estado prever para poder prover e nisso o Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), tem função primordial na construção dos novos caminhos a seguir.
Já estávamos em transformação em função do avanço tecnológico e uso em todas as esferas da chamada internet das coisas, que impactou nas relações de produção, emprego e renda. O pós-pandemia, que já é amanhã, fará com que um novo mercado se apresente muito diferente daquele que deixamos em janeiro de 2020, onde o protocolo de biossegurança será fundamental para a promoção e manutenção do bem-estar e proteção à vida.
As mudanças serão um tanto pela reclusão das pessoas, que requer formas diferentes de trabalho e consumo, e outro pela necessidade de produzir e comercializar os produtos. Estamos falando que no pós- pandemia teremos um mercado para além da inclusão digital, onde os modos operantes da produção e prestação de serviços exigirão novos conhecimentos. Por isso, a Seciteci vem se preparando para ofertar cursos para atender esse novo momento.
O novo mercado exige um novo profissional, com uma nova mentalidade e operando novas ferramentas. Tanto que muitos não abrirão mais as portas, outros irão insistir até fechar, outros se adaptarão para não desaparecer e novos postos para novas atividades se abrirão. Precisamos nos antecipar para incluir o trabalhador mato-grossense que terá que reinventar para encarar esse novo tempo.
Em 2021, como se deve apresentar um trabalhador enquanto candidato a uma vaga e emprego? Que tipo de conhecimento ele deve dominar? Quais ferramentas de trabalho ele deve ter ou operar? E o futuro empreendedor, com o que ele vai mexer? Critérios de produção e consumo, quais serão? Quais serão os novos limites para produção, circulação e consumo? Quais os perfis de pesquisa que o Estado deve promover para ser inclusiva neste mercado?
Essas são apenas algumas das perguntas que devemos responder para criar um portfólio de cursos de aperfeiçoamento e de formação inicial continuada (FIC) para qualificar as pessoas que vão atuar no mercado que começará a vigorar no pós- pandemia.
Conectada com esse novo momento, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), iniciou a oferta de cursos online (EAD) através do Programa Novos Caminhos. Além deste programa, a Seciteci tem em seu planejamento a meta de ampliar essa modalidade de cursos. O ensino a distância e o presencial são mecanismos de transformação e evolução social e econômica de uma sociedade. O estado é o grande articulador desse processo, promovendo política pública de inclusão.
*Stéphano do Carmo é secretário adjunto de Educação Profissional e Ensino Superior da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci)