Dono de uma loja de penhores em Connecticut, nos Estados Unidos, o empresário Philip Pavone percebeu que havia algumas cadeiras de rodas motorizadas em seu estabelecimento que não foram vendidas nos vários anos que ficaram ali.
Para liberar espaço para o novo inventário, ele colocou um anúncio em um jornal local oferecendo as cadeiras de graça.
Em duas semanas, Pavone recebeu mais de 60 pedidos. Foi aí que o comerciante começou a perceber a real escala do problema: muitos dos que lhe escreveram confidenciaram que o seguro não cobria o custo de uma cadeira de rodas motorizada, que custa entre US$ 4 mil e US$ 40 mil (R$ 16 mil a R$ 160 mil), e que jamais conseguiriam arcar com esse custo.
“Naquele momento, percebi quantas pessoas estavam sofrendo. Foi inacreditável”, disse Pavone. “Algumas das pessoas que escreveram para mim não saíam de casa há meses, algumas há anos… tudo por que não tinha uma cadeira de rodas. Eram muitos idosos e não tinha ninguém para ajudá-los.”
Em uma das cartas, um idoso veterano da Guerra do Vietnã (1959-1975) e sobrevivente de um câncer pedia a doação de uma cadeira. Como já havia doado todas que tinha na loja de penhores, Pavone decidiu comprar, consertar e distribuir mais quatro cadeiras de rodas usadas – uma delas para o idoso veterano.
Nesse processo, o comerciante descobriu quantas cadeiras estavam paradas em porões e garagens, absolutamente sem uso, apesar de poderem ser consertadas e doadas para quem mais precisa.
A partir daí, Pavone começou a realizar campanhas de doação para que pudesse em seguida consertar e redistribuir cadeiras de rodas Estados Unidos afora. Nascia sua ONG: a AZ Pawn’s Gift of Mobility.
Uma vez ao ano, a ONG distribui 100 cadeiras de rodas motorizadas e scooters de uma vez.
Entre aqueles que já se beneficiaram com a iniciativa estão um idoso sobrevivente do Holocausto, um soldado veterano da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e uma jovem na faixa dos 20 anos que tem uma doença degenerativa rara, que afeta os músculos do corpo, além de pacientes de casas de repouso e centros de reabilitação.
“Uma vez que damos essas cadeiras para as pessoas e vemos como elas são gratas – as lágrimas, os abraços e os beijos -, sei que estamos fazendo a diferença”, diz Pavone. “Essas cadeiras oferecem uma maneira de as pessoas viverem uma vida independente.”Até aqui, dez anos após a primeira doação, Philip Pavone já distribuiu 580 cadeiras de rodas. A ideia é distribuir mais 100 até o fim deste ano. Para cumprir sua meta, ele iniciou uma campanha de financiamento coletivo no GoFundMe visando arrecadar US$ 50 mil (R$ 200 mil) para a coleta e conserto de dezenas de cadeiras de rodas abandonadas.
Fonte: GNN/
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