
A 36ª edição da Bienal de São Paulo abriu ao público neste fim de semana no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, do Parque Ibirapuera, em São Paulo, reunindo 125 artistas e coletivos. Entre os artistas convidados para esta edição destaca-se um mato-grossense, o artista plástico cuiabano Gervane de Paula. Com sua arte inspirada na cultura popular, na religiosidade e em figuras híbridas entre homem e animal, Gervane propõe uma reflexão sobre o ser humano e o ambiente, em especial os biomas mato-grossenses: Pantanal, Cerrado e Amazônia.
“É preciso saber que se trata de um evento internacional. Não estou representando apenas Mato Grosso e sim o Brasil. O evento mais importante das artes visuais na América. Mas é claro que falo de Cuiabá que é a cidade que eu amo, que eu vivo, trabalho e que me inspira através de sua cultura popular, religiosa, seus biomas que acionam meu processo criativo”, disse Gervane.
Uma das grandes discussões presentes nesta edição da Bienal é a reflexão sobre os deslocamentos e fluxos migratórios. Inclusive, a equipe conceitual inspirou-se nos fluxos migratórios das aves como guia para a seleção dos artistas participantes. “Assim como as aves, também carregamos memórias, experiências e linguagens ao cruzar fronteiras. Migramos não apenas por necessidade, mas como forma de transformação contínua”, diz o texto de apresentação da Bienal.
Ainda segundo os organizadores da mostra, os participantes da Bienal vêm de regiões perpassadas por rios, mares, desertos e montanhas, cujas águas e margens acompanham histórias de migração, resistência e convivência. E é essa força transformadora dos rios e da natureza que vai permear toda a expografia do evento, projeto assinado por Gisele de Paula e Tiago Guimarães.
A lista de artistas inclui participantes que exploram linguagens como performance, vídeo, pintura, som, instalação, escultura, escrita e experimentações coletivas e musicais, entre outras.
Muitos participantes também propõem investigações baseadas em práticas comunitárias, ecologias, oralidades e cosmologias não ocidentais.
Ao todo, obras de 120 artistas serão apresentadas no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Ibirapuera, enquanto outros cinco artistas vão expor suas obras na Casa do Povo, na região da Luz.
“É mais uma conquista. Acredito que todos os artistas que trabalham e levam a sério essa profissão desejam alcançar”, completou Gervane de Paula.
Mais informações sobre o evento estão no site da Bienal.
com Agência Brasil