Ambientes limpos, ar saudável: práticas que evitam alergias e doenças respiratórias

Filtros sujos e acúmulo de poeira em ambientes internos favorecem o surgimento de alergias e doenças respiratórias. Saiba como prevenir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar figura entre os principais fatores de risco para doenças e mortes em todo o mundo. Seus efeitos podem ser imediatos, com sintomas como dores de cabeça, irritação nos olhos, sonolência e fadiga, além de contribuir significativamente para o desenvolvimento de doenças respiratórias, como rinite, sinusite e pneumonia. Em casos mais graves, a exposição prolongada a ambientes com ar contaminado também está associada a enfermidades crônicas, como câncer e problemas cardiovasculares. 

Especialistas associados à ABRALIMP (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional) reforçam a importância de práticas simples, porém essenciais, para manter a saúde respiratória em dia, especialmente em ambientes fechados, onde a qualidade do ar pode ser prejudicada pela má limpeza e pela falta de manutenção de equipamentos de climatização. “A entrada de ar externo carrega partículas que, quando acumuladas, servem de alimento para ácaros, fungos e bactérias. Por melhor que seja o filtro do ar-condicionado, a quantidade de partículas que entra ainda é grande”, destaca Paulo Gonçalves Peres, CEO da Inservice. 

Segundo Peres, a limpeza eficiente deve considerar três frentes:  

  • Primária: limpeza dos equipamentos que captam o ar externo; 
  • Secundária: higienização dos dutos (quando houver); 
  • Terciária: cuidados com o ambiente em que as pessoas circulam. 

O vice-presidente da ABRAVA (Departamento Nacional de Instalação e Manutenção da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento), Rodrigo Men, menciona que a limpeza do ar-condicionado deve ser mensal em ambientes públicos e coletivos. Em casas com uso moderado, o intervalo pode chegar a 90 dias, mas nunca deve ser feita apenas uma vez por ano, como muitos costumam fazer. Rodrigo ainda destaca que um aparelho limpo pode consumir até 40% menos energia do que um equipamento com filtros obstruídos.  

Para prevenir crises alérgicas e manter ambientes mais saudáveis, é recomendável: 

  • Limpeza úmida de superfícies, que evita a dispersão de poeira; 
  • Uso de aspiradores com filtros adequados, que impedem que o pó volte ao ar; 
  • Higienização frequente de cortinas, estofados e tapetes, que acumulam microrganismos; 
  • Limpeza periódica dos filtros do ar-condicionado, com orientação profissional. A cada 30 dias em locais coletivos, conforme a Lei nº 13.589/2018 Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), e a cada 90 dias em residências; 
  • Atenção à unidade externa dos aparelhos, que também pode acumular sujeira e umidade. 

A limpeza correta e regular dos sistemas de climatização traz benefícios como a melhoria da qualidade do ar e prevenção de alergias; o aumento da eficiência energética; prolongamento da vida útil dos equipamentos e conformidade com normas legais. Garantir a boa qualidade do ar em ambientes climatizados não exige soluções complexas, mas sim atenção constante a processos de limpeza e manutenção que fazem toda a diferença na saúde e no conforto de quem ocupa esses espaços todos os dias.