A sustentabilidade das empresas familiares na era da IA

Artigo de Opinião escrito por: Adele Fonteles, advogada e sócia da Fonteles & Associados

O relatório “NextGen 2024” da PwC lança luz sobre um dos principais desafios que as empresas familiares enfrentam hoje: a adaptação ao mundo em rápida transformação pela inteligência artificial (IA). Em um cenário onde a tecnologia evolui a passos largos, manter a relevância e garantir a longevidade dos negócios familiares exige mais do que a simples aplicação de novas ferramentas. É necessário um equilíbrio delicado entre inovação, valores tradicionais e uma visão ética.

A pesquisa sublinha a importância de se adotar uma mentalidade inovadora. As empresas que resistem à mudança arriscam-se a perder espaço em um mercado cada vez mais competitivo. Investir em tecnologias emergentes, como IA, pode abrir novas frentes de negócio e aumentar a eficiência operacional. Contudo, esse salto tecnológico deve ser dado com responsabilidade, principalmente no que diz respeito à segurança, privacidade e ética.

A transição de liderança entre gerações é outro ponto crítico. A sucessão mal planejada pode comprometer a continuidade do negócio. Isso inclui treinamento em competências que vão além da gestão tradicional, integrando habilidades em tecnologia e inovação.

A comunicação eficaz dentro das famílias empresárias é destacada como um fator essencial para o sucesso. Por outro lado, a IA traz consigo uma série de riscos que não podem ser ignorados. A segurança e a privacidade estão no topo dessa lista, uma vez que a digitalização aumenta a exposição a ataques cibernéticos. As empresas familiares devem estar atentas à proteção de dados e à conformidade com regulamentações, sob pena de comprometerem sua credibilidade e, por conseguinte, a confiança dos clientes.

Além disso, a questão ética é uma preocupação crescente. A IA, se não for desenvolvida e implementada de maneira justa, pode perpetuar preconceitos e desigualdades. A integração de novas tecnologias deve ser acompanhada de uma gestão cuidadosa dos desafios éticos e legais, garantindo que o negócio não só sobreviva, mas prospere.

Em suma, as empresas familiares têm um papel vital na economia global. Levando sempre em conta a importância da construção e manutenção da confiança que as empresas familiares passam para o mercado, aspecto fundamental para a longevidade. A nova geração de líderes, armada com conhecimento, inovação e uma forte bússola ética, será a chave para assegurar que essas empresas continuem a prosperar no futuro.

Artigo de Opinião escrito por: Adele Fonteles, advogada e sócia da Fonteles & Associados