Andrew Silva Alfaro (*)
Aromaterapia é a arte e a ciência que visa promover a saúde e o bem-estar do corpo, da mente e das emoções, através do uso terapêutico do aroma natural das plantas por meio de seus óleos essenciais. Essa terapia revela que existem ligações entre o olfato e os sentimentos. A aromaterapia atua utilizando óleos essenciais extraídos de plantas, que contêm compostos químicos com propriedades terapêuticas.
O termo aromaterapia foi criado em 1928, pelo químico francês René Maurice Gattefossé. Atualmente, possui sua eficácia terapêutica reconhecida em diferentes países, principalmente na Inglaterra e na França, onde é amplamente pesquisada, sendo utilizada por diferentes profissionais em todo o mundo. No Brasil, a aromaterapia foi incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS), no Sistema Único de Saúde (SUS), pela Portaria n. 702 de 21 de março de 2018.
A forma mais simples de realizar aromaterapia é com o auxílio de um difusor. Assim, ele pode ser usado para dispersar o perfume de forma gradual, evitando o excesso de estimulação olfativa. O difusor com varetas funciona de forma fria, com a dissipação de odores através da evaporação do álcool de cereais.
Dentre os benefícios da aromaterapia temos: aliviar os sintomas de ansiedade, insônia, dor, depressão, resfriado, promover o bem-estar e fortalecer as defesas do corpo. Quando inalamos esses óleos, as moléculas aromáticas são captadas pelos receptores olfativos no nariz e enviadas diretamente ao sistema límbico do cérebro. O sistema límbico é a parte do cérebro responsável por regular as emoções, a memória e o comportamento, o que explica por que certos aromas podem evocar sentimentos e lembranças específicos.
Essas moléculas podem desencadear a liberação de neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, que estão associados ao bem-estar e à regulação do humor. Por isso, a aromaterapia pode ser eficaz no alívio de sintomas de ansiedade, insônia, dor e depressão, entre outros. Além disso, alguns óleos essenciais têm propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, o que pode contribuir para fortalecer as defesas do corpo e promover a saúde geral. Portanto, a ligação entre o olfato e os sentimentos se dá por meio da interação direta das moléculas aromáticas com o sistema límbico, influenciando as respostas emocionais e fisiológicas do organismo.
Durante a pandemia da Covid-19, muitos pacientes recorreram à aromaterapia na tentativa de recuperar o olfato, um dos sentidos afetados pela contaminação do vírus, assim como o paladar. Estudos estimam que até 60% dos pacientes com Covid-19 experimentaram algum grau de perda olfativa, e em cerca de 10% a 15% dos casos, essa condição persistiu por semanas ou meses após a recuperação da infecção inicial.
Aromaterapia, como parte de um protocolo de treinamento olfativo, ofereceu um caminho para que muitos pacientes reabilitassem o cérebro a reconhecer e processar cheiros novamente. Pesquisas sugerem que o treinamento olfativo, realizado com a ajuda de óleos essenciais de diferentes aromas, pode aumentar a neuroplasticidade do sistema olfativo, acelerando a recuperação do olfato em até 60% dos pacientes que participam regularmente desse tipo de terapia.
Dessa forma, a aromaterapia desempenhou um papel importante no suporte à recuperação sensorial de muitos afetados pela Covid-19, promovendo tanto a recuperação física quanto o bem-estar emocional dos pacientes.
(*) Andrew Silva Alfaro graduado no curso de Auditoria em Saúde e pós-graduado no curso de Auditoria em Saúde pelo Centro Universitário Internacional Uninter, onde atua como professor (tutor) nos cursos de Gestão em Vigilância em Saúde e Práticas Integrativas e Complementares.