Oxford aponta 8 fatores de risco para demência modificáveis. Confira

Pesquisadores da Universidade de Oxford criaram pontuação para prever risco de demência. Saiba quais fatores podem ser alterados

Quatro em cada dez diagnósticos de demência estão relacionados a oito fatores de risco modificáveis, ou seja, que poderiam ser evitados. A informação vem de um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicado na revista BMJ Mental Health em agosto.

Estima-se que 50 milhões de pessoas vivem com demência em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que o número irá crescer 150% até 2050, passando para 139 milhões de diagnósticos.

Os pesquisadores do Departamento de Psiquiatria da universidade analisaram dados de saúde de 220.762 pessoas com idades entre 50 e 73 anos, inscritos em estudos de longa duração do UK Biobank e do Whitehall II Study. O objetivo era monitorar os 28 fatores de risco conhecidos para descobrir os de maior impacto.

Fatores de risco para a demência

Onze fatores foram associados a um risco mais significativo para o desenvolvimento de qualquer doença relacionada à demência ao longo de 14 anos. Apenas três deles não podem ser alterados pelo paciente: idade, ser homem e ter um diagnóstico de demência em casa (do pai ou mãe).

No entanto, oito dos fatores podem ser controlados para reduzir o risco de um diagnóstico futuro. A lista inclui:

  • Menos escolaridade;
  • Histórico de diabetes;
  • Histórico de depressão;
  • Histórico de acidente vascular cerebral (AVC);
  • Classe socioeconômica mais baixa;
  • Pressão alta;
  • Colesterol alto e
  • Viver sozinho.

“Há coisas que todos podemos fazer para ajudar a reduzir o nosso risco de demência”, afirmou a professora Sana Suri, uma das autoras do estudo.

 

De acordo com ela, o acúmulo de fatores de risco aumenta as chances de o indivíduo desenvolver demência.

“Embora a idade avançada (60 anos ou mais) e o histórico familiar confiram o maior risco, fatores modificáveis, como diabetes, depressão e pressão arterial elevada, também desempenham um papel fundamental. Por exemplo, o risco estimado para uma pessoa com todos estes sintomas será aproximadamente três vezes maior do que o de uma pessoa da mesma idade que não os tenha”, afirmou em comunicado à imprensa.

A cientista pondera, entretanto, que se enquadrar em alguma (ou algumas) condição da lista não significa que a pessoa desenvolverá demência: algumas pessoas podem simplesmente não sofrer declínio cognitivo. “É importante lembrar que esta pontuação de risco apenas nos informa sobre as nossas chances de desenvolver demência; não representa um resultado definitivo”, enfatiza Sana.

Fonte: Metrópoles