O Centro de Promoção Humana Emanuel (Cenprhe), que tem como mantenedora a Associação Varzeagrandense Madre Tereza de Calcutá, está recebendo apoio do projeto do Criança Esperança pela quarta vez. O objetivo da associação é acolher e cuidar de crianças em vulnerabilidade socioeconômica de Várzea Grande. As outras participações da associação no Criança Esperança aconteceram nos anos de 2018, 2021 e 2022.
As fundadoras do Cenprhe, Maria Tereza e Maristela Nery, contam a história da associação, sobre a felicidade de terem o trabalho reconhecido e, principalmente, por terem conseguido o apoio financeiro do Criança Esperança mais uma vez.
“É extremamente gratificante esse espaço e tudo o que acontece aqui faz parte do meu projeto de vida. Eu não tenho filho, não sou casada e isso aqui foi o que gerei, claro que não gerei sozinha. Tivemos muitas parcerias e muita ajuda. Quando vim pra cá, eu simplesmente precisava de uma ajuda de custo para sobreviver, eu não tinha um centavo para doar para ninguém. Mas tudo o que nós conseguimos nesses anos todos foi parceria e foi colaboração. Além de ganhar uma alta visibilidade, nós temos muita transparência. O Criança Esperança é algo de nível internacional, pois está envolvido com a Unesco, é extremamente gratificante ”, relata Maria Tereza.
A fundadora conta que o Criança Esperança vai repassar para a associação o equivalente a 20% da receita. Neste ano, o foco do projeto esta voltada para a melhoria do aprendizado das crianças devido à defasagem na educação causada pela pandemia de covid-19.
Já Maristela Nery conta que o projeto é tão importante na vida das crianças, que está preparando sucessores para darem continuidade ao projeto quando as fundadoras não puderem mais seguir.
“Hoje já estamos preparando pessoas para dar continuidade, pois vale a pena e faz mesmo a diferença na vida das crianças, daqueles que passaram por aqui. Eles tiveram a oportunidade e experiência que vão levar para a vida toda. E eu acredito que vale a pena todo o sacrifício e a busca por apoio. Eu me sinto muito realizada naquilo que eu posso colaborar com as pessoas”, conta Maristela.
Além do reconhecimento do trabalho por parte do Criança Esperança, a Cenprhe recebeu em 2022 o selo de melhor Organização Não Governamental (ONG) de Mato Grosso, pelo Instituto Doar. E todo o reconhecimento que a associação ganhou ao longo dos anos é devido aos projetos, resultados e o comprometimento que o Cenprhe proporciona às crianças e aos adolescentes de baixa renda. Maria Tereza conta que as atividades desenvolvidas pela associação são de acordo com o perfil do financiador.
Hoje o Cenprhe oferece atividades nos campos da arte e cultura; esporte educacional; tecnologia da informação e da comunicação; oficinas de temas transversais e lúdicas; alimentação saudável; terapias integrativas; acolhimento e acompanhamento às famílias.
De acordo com Maria Tereza, ao longo de seus 19 anos, a associação já atendeu cerca de 3 mil crianças e adolescentes. Muitos dos quais são filhos de pessoas que também passaram pelo projeto quando criança.
Além de acompanhar e proporcionar melhorias na vida dos atendidos, a associação busca amparar a família da criança através de apoios e conversas para manter um diálogo unificado com os familiares.
INÍCIO DO PROJETO
A associação nasceu a partir do sonho de Maria Tereza em ajudar o próximo. Ela trabalhava em uma creche, na capital, e decidiu mudar de rumo após visitar a Vila São João, em Várzea Grande, e ver que as crianças dali precisavam de ajuda.
“Eu morava em Cuiabá e conheci a região através de uma amiga que contou sobre a situação de pobreza que vivam as crianças e os adolescentes da periferia. Quando eu conheci, eu senti como um chamado mesmo, fui mantendo o contato e trazia ingredientes para um sopão beneficente e em 2004 eu vim morar aqui. Aluguei uma casinha aqui, larguei tudo lá. O pessoal me ajudava com algumas doações. Era uma pobreza extrema. Em uma Quinta-feira Santa limpamos o primeiro terreno para acomodarmos as crianças”, relembra Maria Tereza.
Após Maria Tereza se mudar de vez para o local, a amiga de outras ações sociais, Maristela Nery, que é psicóloga, também largou tudo e foi morar na Vila após ver a situação das crianças da região.
“A gente já se conhecia de outra missão, a gente desenvolveu um trabalho semelhante a esse na região do Médio Araguaia, eram trabalhos de acompanhamento escola, doações de materiais escolares. Quando ela veio para cá, eu vim trazer umas crianças para um tratamento de saúde, ai eu conheci a realidade e fiquei muito assustada, era muito feio, as crianças estavam abandonadas. Eu fiquei tão assustada que não queria deixar ela sozinha aqui, então resolvi mudar para cá. Eu achei que ela estava doida, mas depois que eu vi que ela realmente não iria voltar resolvi me mudar para cá”, relembra.
No início, Maristela relembra que a fome no local era tão grande que as crianças brigavam por um pacote de bolacha. Elas sofriam com a falta do básico em casa e tinham um péssimo rendimento escolar.
“Começamos do nada acompanhando as crianças na escola, a gente tinha pessoas que davam atividade e ajudou muito porque as crianças brigavam demais e tinham um péssimo rendimento na escola… eram crianças agressivas, tinha muita violência aqui no bairro. A criança faz o que aprende e então desenvolvemos atividades para serem amigas… elas brigavam por um pacote de bolacha”
No primeiro local, Tereza dava aulas de reforço escolar até outubro de 2004, quando barraco cedeu devido às fortes chuvas. Após trocar de endereço por algumas vezes com ajuda financeira de outras pessoas. Em 2006, as duas conseguiram comprar três lotes para construir o Cenprhe. O local foi inaugurado em 2008 e segue no mesmo lugar até hoje.
Após alguns anos já ajudando a comuidade, Maristela e Maria Tereza encontraram o empresário Ivo Silva, que passou a integrar a equipe do Cenprhe.
DOAÇÕES
O Cenprhe vive de doações e apoios financeiros. Para ajudar o projeto bastar entrar no site e fazer sua contribuição através do pix ou de transferência bancária.
Clique AQUI para ajudar o projeto.
Da assessoria