Um homem reaprendeu a viver após 126 hospitalizado e disse que fez um trato com Deus. O cearense Humberto Vieira, de 65 anos, é um exemplo e bem-humorado. Para ele, a teimosia venceu e com garra, decidiu ultrapassar barreiras para viver intensamente.
“Eu fui lá em cima e disse: ‘Aqui não vou ficar não, vou voltar’”, brincou o engenheiro que mora em Fortaleza (CE).
Dito e feito, Humberto Vieira depois de 99 dias intubado, dos quais 92 em coma induzido por causa de um diagnóstico positivo de Covid-19, foi desenganado, quando a equipe do hospital chamou a família em três ocasiões para dar o último beijo de despedida, mas ele se recusou a aceitar o prognóstico.
“Disseram que era questão de horas, que eu não teria como escapar”, reagiu Humberto.
Aprendizagem
Depois de tanto tempo hospitalizado, Humberto Vieira reaprendeu a viver: ficar de pé, andar e mudar de direção. Segundo ele, seguia desnorteado porque perdeu os dois labirintos, estruturas do ouvido responsáveis pela noção de equilíbrio e percepção.
Mais uma vez, o cearense se prometeu que a teimosia venceria. Como atleta de praia, ciclista, nadador e aluno de funcional prometeu a si mesmo que não perderia a luta para as sequelas.
O engenheiro retomou o gosto pela atividade física e voltou a passear pela beira-mar de Fortaleza. Ele pediu ajuda ao educador físico Alexandre Castro, o ‘Xande’, com quem teve aulas de funcional em 2014.
“Primeiramente, ele tem que hipertrofiar o músculo que ficou muito tempo parado e trabalhar o fortalecimento muscular e a estabilidade”, afirmou Xande. “Quanto mais ativo o ser humano for, melhor vai ser a recuperação em qualquer caso pós-cirurgia, pós-Covid.”
O começo
O caminho de angústias começou em 2020, quando Humberto não se sentiu bem e resolveu fazer o exame. Ali soube que seus pulmões estavam comprometidos. Mas voltou para casa, certo de que a doença regrediria em breve, já que não apresentava sintomas de alarme.
Humberto foi internado e passou três dias no quarto, trabalhando e participando de reuniões on-line. Algum tempo depois, soube que seria intubado. Ele foi traqueostomizado e acoplado a um pulmão artificial.
Em fevereiro de 2021, Humberto acordou. Ele atribui a nova chance de viver às teimosias cuja insistência a diferenciou dos médicos que abandonaram o prognóstico de não recuperação.
Por Renta Giraldi – Só Notícia Boa – Com informações do Diário do Nordeste