Olha só que notícia boa! Um levantamento feito por cientistas de todo o mundo apontou que a camada de ozônio está se recuperando e se regenerando pouco a pouco, sem parar, desde os anos 2000.
Com isso, a circulação de ventos por todo o planeta, em especial no Hemisfério Sul, tem se estabilizado, uma conquista que parece estar associada ao Protocolo de Montreal (1987), um tratado internacional que visa proteger a camada de Ozônio por meio da eliminação da produção e do consumo das substâncias responsáveis por sua destruição.
O acordo celebrado por centenas de países foi uma consequência da Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio, no qual o Brasil é um dos países signatários.
A adoção das medidas determinadas pelo Protocolo como política pública, possibilitou atingir resultados positivos da agenda no país e no mundo, com a soma dos esforços das nações signatárias do tratado.
Com isso, reduzimos o consumo de clorofluorocarbonetos (CFCs) e os hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e controlamos com mais rigidez os hidrofluorcarbonos (HFCs), potencialmente nocivos ao meio ambiente.
Pouco mais de uma década após a assinatura do Protocolo de Montreal, nos anos 2000, a comunidade científica registrou uma queda significativa nas concentrações desses materiais na atmosfera.
E mais: houve o início da recuperação da camada de ozônio em escala global e da redução do colossal “buraco” que existia nela sobre a Antártida, no Polo Sul.
Duas décadas depois, um novo levantamento apresentado mostrou que o impacto na circulação dos ventos registrado em decorrência das alterações na atmosfera provocadas pelo uso de substâncias envolvidas na rarefação da camada de ozônio começou a se normalizar.
Em outras palavras, os cientistas notaram uma pausa na migração de correntes de ar em direção aos polos terrestres e uma reversão em algumas das anomalias nos padrões de ventos que vinham sedo registradas até então.
Um bom exemplo para notarmos a importância desse resultado são as correntes de jato.
Conforme explica o portal TecMundo, elas circulam a grandes altitudes e velocidade entre a troposfera e a estratosfera e fluem em direção aos polos. “Pois, por conta da rarefação da camada de ozônio, essas correntes haviam começado a circular mais ao sul do que o normal no nosso hemisfério, afetando, com isso, os padrões de chuva – e possivelmente até os de correntes oceânicas, interferindo, por sua vez, no clima”.
Com o avanço do Protocolo de Montreal, o deslocamento das correntes de jato parou – e inclusive sofreu reversão em alguns pontos –, mostrando que o esforço conjunto e o compromisso global de parar com a fabricação e emissão de substâncias prejudiciais para a camada de ozônio rendeu excelentes frutos.
Ainda que o resultado do levantamento seja motivo de celebração, é importante frisar que as emissões de gases de efeito estufa continuam sendo um sério problema.
Nos últimos anos, inclusive, foi detectado um aumento na emissão de outros materiais associados com a rarefação da camada de ozônio, especialmente na China, algo que pode sabotar as conquistas colhidas até aqui. Daí a importância de continuarmos pressionando as autoridades em busca de políticas que favoreçam o meio ambiente e o nosso planeta.
Fonte Razões Para Acreditar com ZME Science
Fotos: CIRES / Reprodução