Um passo além na busca pela cura do HIV! Um grupo de cientistas do estado da Califórnia (EUA) desenvolveram um novo tipo de medicamento contra o vírus da imunodeficiência humana que promete eliminar totalmente esse intruso do organismo dos soropositivos.
Resultados preliminares indicam que é possível remover até as cepas dormentes do vírus.
Nessa primeira fase do estudo (pré-clínica), foram feitos testes com camundongos. Os pesquisadores trabalham no refinamento de uma técnica de 2017, com resultados mais palpáveis do que nos anos anteriores.
O HIV é um lentivírus que está na origem da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Ele foi o responsável pela última pandemia global, que assolou o planeta nos anos 1980 e 1990, até perder força.
A AIDS continua sendo um problema grave ainda hoje, especialmente em países africanos, onde a taxa de contaminação permanece alta.
Felizmente, graças ao trabalho persistente da comunidade médica e científica, já existe tratamento.
A partir de um coquetel de medicamentos, é possível manter o vírus sob controle, evitando que ele se reproduza no corpo e cause a AIDS.
No entanto, esses remédios não matam todos os patógenos do organismo, apenas o suficiente para garantir qualidade de vida para o paciente, e impedir a transmissão.
A cura completa (ainda) não é possível porque o HIV é capaz de entrar em um estado de dormência, onde não pode ser rastreado pelos anticorpos do organismo.
Caso o paciente interrompa o tratamento, essa reserva do vírus é capaz de reinfectar rapidamente todo o corpo. Daí a necessidade de tomar o coquetel com regularidade.
“Kick and kill”
Em artigo publicado na Revista Nature, os pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles explicaram que a técnica desenvolvida é capaz de “manobrar” esse mecanismo de autoproteção do vírus.
Eles a batizaram de “kick and kill” (“chutar e matar”), onde utilizam uma molécula que ‘acorda’ o vírus dormente — daí o termo chute, “kick” —, que fica vulnerável para a ação dos anticorpos — que o matarão, “kill”.
A “kick and kill” foi desenvolvida em 2017 e vinha sendo aprimorada pelos cientistas desde então. Agora, quase cinco anos depois de muita pesquisa, uma versão refinada do tratamento foi anunciada.
Nela, são feitas injeções de células saudáveis que ajudam o combate do vírus.
Até aqui os resultados têm sido promissores e sinalizam um avanço no tratamento do HIV. Em números práticos, em 40% dos roedores do experimento, o vírus foi completamente eliminado.
Para Jocely Kim, professora de medicina e autora do estudo, o objetivo agora é refinar ainda mais, quase à perfeição, essa abordagem.
Sua grande ambição é eliminar o HIV em 100% dos camundongos testados.
“Também vamos mover essa pesquisa para estudos pré-clínicos em primatas não humanos com o objetivo final de testar a mesma abordagem em humanos”, afirmou. Estamos mais próximos do que nunca da cura do HIV!
Por Razões Para Acreditar com DOI / CNN Brasil
Fotos: Reprodução / Mundo Estranho