
Nascido a partir da competição STEM Racing, que incentiva jovens a desenvolverem responsabilidade social e habilidades de gestão, adolescentes do Sesi Escola desenvolveram o projeto social Rede de Autonomia, que vem transformando a rotina de idosos institucionalizados na Fundação Abrigo do Bom Jesus, em Cuiabá. A iniciativa, criada pelos próprios estudantes, nasceu da percepção de que muitos moradores enfrentam solidão, isolamento e declínio cognitivo, desafios que poderiam ser amenizados com interação social estruturada e estímulos adequados.
Desde outubro de 2025, os jovens de 16 a 18 anos realizam encontros semanais no abrigo, organizando oficinas cognitivas, digitais e socioemocionais. As atividades acontecem atualmente duas vezes por semana, com duração de uma hora, e atendem um grupo fixo de cinco idosos, todos com mais de 70 anos. A escolha dos participantes é feita em conjunto com a equipe técnica da Fundação, que também oferece espaço, apoio institucional e acompanhamento profissional.
A equipe Tucaré é responsável pelo planejamento, execução e monitoramento das oficinas e, embora o projeto não faça parte da grade curricular obrigatória, ele integra a prática social da equipe dentro da competição STEM Racing, uma ação educacional global que desafia estudantes a projetar, fabricar e correr miniaturas de carros de Fórmula 1, visando aplicar conceitos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) de forma prática e empolgante, preparando eles para o futuro profissional.
A Tucaré a única equipe aqui de Mato Grosso, por isso vai direto para a etapa nacional, que vai acontecer entre os dias 3 a 6 de março, em São Paulo. Depois disso acontece a etapa mundial, nos circuitos da Fórmula 1, no final do ano, local e data ainda a serem divulgados.
Para os voluntários, que não recebem benefícios financeiros e estão em busca de patrocinadores, a experiência é profundamente formativa. “Além de horas documentadas, desenvolvemos liderança, comunicação, empatia e senso de propósito. Para nós, acompanhar a evolução dos idosos, que chegam tímidos e aos poucos se tornam mais participativos, comunicativos e confiantes, é a prova do impacto real da iniciativa”, afirma Gyovanna Teixeira, integrante da equipe.
Segundo a conselheira e presidente do Abrigo, Márcia Ferreira, os efeitos para os moradores do abrigo já são percebidos. “Notamos a melhoria da autoestima, maior abertura à interação e fortalecimento de vínculos. Além disso, o projeto contribui para reduzir a sensação de solidão e no resgatar do senso de pertencimento, fazendo com que eles se sintam acolhidos pelas pessoas”.
O Rede de Autonomia segue em expansão e é construído de maneira adaptável, com apoio de psicólogos, técnicos da instituição e voluntários. Interessados em integrar o grupo passam por alinhamento prévio, capacitações e aceitam diretrizes éticas, garantindo a qualidade e a segurança do atendimento aos idosos.