Transplante capilar é opção para casos de cicatrizes e queimaduras

Técnica passa a ser usada em reconstruções após traumas físicos e amplia atuação da tricologia para além da calvície

O transplante capilar tem ampliado seu campo de atuação. Antes associado quase exclusivamente à calvície, o procedimento agora é cada vez mais utilizado em casos reconstrutivos, como cobertura de cicatrizes, falhas causadas por queimaduras ou perdas definitivas de pelos provocadas por doenças autoimunes. A técnica tem se mostrado eficaz na restauração de áreas afetadas por traumas físicos e emocionais, com resultados naturais e impacto significativo na autoestima dos pacientes.

A médica tricologista Dra. Carolina Carletti, membro do World FUE Institute, afirma que a demanda por esse tipo de procedimento cresceu nos últimos anos. “São pacientes que não estão apenas preocupados com a aparência. Muitas vezes, o transplante representa uma forma de recuperação emocional, de resgatar uma parte da própria identidade”, explica.

De acordo com a International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), cerca de 15% dos transplantes realizados no mundo já ocorrem fora da região tradicional do couro cabeludo, incluindo procedimentos com finalidade reconstrutiva. A tendência é de crescimento, impulsionada pela evolução da técnica e pela procura por soluções mais definitivas.

No Brasil, clínicas especializadas também relatam aumento da demanda. Casos de alopecia cicatricial, acidentes, cirurgias e traumas diversos vêm motivando pacientes a buscarem o transplante como alternativa para cobrir áreas falhadas. “A cicatriz pode estar ali há anos, mas quando conseguimos atenuar sua aparência com fios naturais, o efeito é imediato. Não é só uma mudança física, é uma mudança na forma como a pessoa se enxerga”, afirma Dra. Carolina.

Também há espaço para demandas estéticas, como a reconstrução de sobrancelhas comprometidas por depilação agressiva ao longo dos anos. Embora não se trate de um trauma físico direto, o desconforto com falhas persistentes ou assimetrias leva muitos pacientes a buscarem soluções mais duradouras do que maquiagem e micropigmentação.

Com Carol Carlleti