ARTIGO: Não basta ser, é preciso parecer

Começo este artigo com uma fala que é, de certa maneira, polêmica: “não basta ser, é preciso parecer”. Sim, é isso mesmo que você leu. Na sociedade moderna...

Começo este artigo com uma fala que é, de certa maneira, polêmica: “não basta ser, é preciso parecer”. Sim, é isso mesmo que você leu. Na sociedade moderna aprendemos a importância da eficiência, do trabalho duro e muitos encaram apenas o “é preciso ser antes de parecer”, mas eu estou aqui para te mostrar que as duas frases são verdadeiras.

Para exemplificar, vou contar a história do grande imperador de Roma, César. A esposa do imperador foi vista sozinha, em um lugar afastado, conversando com o chefe da guarda do império. Acredito que ela deveria estar andando por ali e por acaso viu o chefe e o chamou para passar algumas ordens. No entanto, para infelicidade dela, um servo que estava perto viu o bate papo.

Ao ver que a esposa do grande imperador estava de conversa em um lugar afastado e sem movimentação, o servo contou imediatamente o que viu ao imperador. Cesar aguardou uns dias para ver o movimento da esposa e, como ela não havia feito nada de errado, tudo continuou normal. Foi então que ele ficou em uma encruzilhada entre essa mulher linda e inteligente e a sua autoridade frente ao povo.

Foi então que ele chamou sua esposa para conversar sobre o ocorrido e ela confirmou que o fato, parou para falar com o chefe da guarda apenas para dar uma voz de comando. Neste momento ela perguntou: sou uma mulher inteligente, você acha que eu trocaria o grande César pelo chefe da guarda? O imperador então disse que não duvidava da fidelidade de sua esposa, mas que para ser mulher de César não basta ser, tem que parecer. Ou seja, a população não podia ter dúvidas de que ela era fiel, porém o acontecido deixou uma sombra de dúvida.

Essa história retrata muito bem o que venho defender neste artigo, o parecer ser é tão importante quanto ser. Como disse César, é o que parece ser que vai correr na boca do povo, nas entrelinhas, nas visões paralelas. Ou seja, as pessoas farão seus julgamentos pelo que estão vendo e não pelo fato em si, até mesmo porque eles não o sabem.

Daí eu pergunto: o que atrai, a forma ou o conteúdo? Se pararmos para pensar o que nos atrai primeiro é a forma, a maneira como você vê e entende de imediato. Depois, aí sim, o conteúdo é levado em conta, e é ele que fideliza. Por exemplo, o seu currículo, a sua apresentação em uma entrevista de emprego, é o parecer ser que conta. Depois, ao longo da atuação profissional, você passa a ser valorizado pelo conteúdo que apresenta.

Ou seja, a primeira escolha vem pela forma, mas é claro que não adianta você mostrar uma forma que não é. Hoje vivemos muito esta situação também. Muitas pessoas parecem ser o que elas não são de fato, e o que acontece? Não fideliza. Não é à toa que muitos profissionais possuem currículos lindos, são contratados e depois de um tempo são desligados da empresa. Provavelmente a forma não condiz com o conteúdo.

Aliás, posso dizer que, profissionalmente, você ganha, à princípio, mais pelo o que você parece ser. Então, pareça ser, e o primeiro passo para isso é não ter receio do que as pessoas possam pensar. De fato, o parecer vai exigir algumas atitudes e algumas mudanças de comportamento. Você que é líder, por exemplo, vai ter que se posicionar como líder, e isso em todos os momentos, inclusive fora da empresa.

E aí eu ouço muito, eu tenho vergonha de aparecer! Então te digo, comece já a mudar sua forma de pensar, afinal, planta que não fica no sol não cresce.

Repense, normalmente a dificuldade está dentro do seu julgamento interior. Já pensou ficar a vida inteira guardando no baú todo seu potencial por não parecer ser? É muito prejuízo.

Sonia Mazetto é Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante