Dia Internacional do Riso: dar risada melhora o bem-estar

Você certamente já ouviu a expressão “rir é o melhor remédio”. Recentemente, essa máxima ganhou comprovação científica, mostrando que dar risada é mesmo uma maneira de melhorar o bem-estar e a qualidade de vida. Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, conseguiram provar que o ato de sorrir tem um efeito positivo em nosso humor.

O artigo publicado na revista Nature Human Behavior mostrou que até mesmo o sorriso forçado pode contribuir com o bem-estar emocional. Os participantes do estudo participaram de experimentos em que sabiam que estavam sorrindo, pois eles olhavam fotos de pessoas sorrindo e imitavam as expressões. Mas eles também sorriram sem intenção, ao morder um lápis ou fazer uma cara triste tentando segurá-lo com os lábios, um gesto que os obriga a franzir a testa.

Após analisar dados de 3.878 participantes em 19 países, os autores constataram que tanto quem imitava os sorrisos nas fotos quanto quem os forçava por conta própria apresentaram um certo aumento na sua felicidade. No entanto, quem sorriu com a ajuda do lápis não experimentou essa emoção. “Este estudo mostra que para ter esse efeito de nos fazer felizes porque geramos um sorriso. Precisamos estar atentos ao sorriso”, explica José Antonio Hinojosa, professor da Universidade Complutense de Madri e coautor do estudo.

“O que vimos é que sorrir melhora um pouco o humor e aumenta o nível de felicidade. Mas esse é um efeito semelhante ao de ver imagens de cachorrinhos ou bebês”, diz Pedro Montoro, pesquisador da Universidade Nacional de Educação a Distância (UNED), em Madrid, que também assina a pesquisa.

Benefícios de dar risada

Outras pesquisas comprovam que dar risada melhora os sistemas muscular, cardiovascular, respiratório, endócrino, imunológico e nervoso central. “A risada aumenta a tolerância à dor e pode ser uma grande aliada de  pessoas com doenças crônicas. A literatura científica já apresenta dados de que, com a risada, conseguimos benefícios nos campos biológico, fisiológico e mental”, explica o cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, Fernando Luchina Alves. “Geralmente, a risada e o bom humor andam juntos e isso favorece bons e duradouros relacionamentos sociais. Eles, por sua vez, estão associados a uma vida mais saudável e longeva”, complementa o médico.

E não precisa muito para colher todos os benefícios que a risada traz. Rir de 10 a 15 minutos por dia já é o suficiente para diminuir o estresse, produzir os chamados hormônios da felicidade (endorfina, serotonina e dopamina), responsáveis pelo bem-estar, e reduzir o cortisol, que provoca reação negativa no sistema imunológico e na pressão arterial. “A risada é indicada inclusive no pré-operatório, quando o paciente está tenso, ansioso”, ressalta a médica clínica no Hospital Universitário Cajuru, Larissa Hermann.

Yoga do Riso

“Finge, finge até que atinge”, é o lema que o embaixador do riso no Brasil, Paulo Barddal – lema que está diretamente associado ao efeito benéfico do riso falso. Paulo usa esse mantra quando pratica a Yoga do Riso em hospitais e empresas, e que é utilizada por mais de 16 mil clubes do riso espalhados por 115 países.

“Rir é um exercício físico e podemos simular a gargalhada até ela ficar real. O cérebro não identifica se a risada é realmente genuína. Quando a gente ri, mesmo que seja um riso forçado, conseguimos resgatar um pouco da criança que existe em nós e que vamos deixando esquecida quando nos tornamos adultos”, conta Barddal.

“Rir é terapêutico, porque com o riso conseguimos diminuir o sofrimento e enxergarmos o outro lado da situação. Ver o que nos causa ansiedade por outra perspectiva, ajuda a desarmar um pouco a tristeza, o medo e a angústia”, reforça o embaixador do riso.

Contraindicações

Infelizmente, rir não é o melhor remédio para todos, pois dar risada também tem suas contraindicações. Mulheres que estão no primeiro ou último trimestre de gravidez, pessoas com hérnia de disco ou que fizeram recentemente cirurgias como extração de dente, não devem utilizar a prática. “Quando levamos a yoga aos hospitais, sempre nos inteiramos da história do paciente, do motivo da internação. Às vezes, só conversamos”, diz Barddal.

Por MSN