ARTIGO: Não mergulhe de cabeça!

Por Dr. Fellipe Valle* Estamos sempre vendo campanhas incentivando mergulharmos de cabeça em novos negócios ou relacionamentos. Mas quando o assunto é o mergulho na água, a orientação...

Por Dr. Fellipe Valle*

Estamos sempre vendo campanhas incentivando mergulharmos de cabeça em novos negócios ou relacionamentos. Mas quando o assunto é o mergulho na água, a orientação é o contrário. Brincadeiras à parte, esse é um tema que preocupa muito a classe médica, pois o mergulho em água rasa é a quarta causa de lesão medular no Brasil. E com o início das férias de verão, a incidência de acidentes aumenta drasticamente.

A maioria das lesões acontece em jovens na faixa etária de 10 a 30 anos e geralmente são localizadas na coluna cervical (ao nível do pescoço). As lesões variam desde traumas musculares como contraturas, que podem cicatrizar de forma mais precoce; até lesões e fraturas associadas a deslocamentos das vértebras, com manifestações clínicas como alterações neurológicas, causando perda de sensibilidade e da força muscular, podendo atingir os quatro membros do paciente.

No Brasil, existe uma imensa quantidade de rios, praias e cachoeiras e é nos meses de férias escolares (como janeiro e julho) que o número de acidentes aumenta e a causa pode estar associada com o modo como as pessoas entram na água. Por isso é importante sempre entrar na água com cautela, evitando assim escorregões e traumas ao colidir a cabeça ou outra parte do corpo.

Seguem algumas dicas que podem ajudar na prevenção de acidentes:
– Não mergulhe em águas turvas ou desconhecidas;
– Não mergulhe após ingerir bebida alcoólica ou outras substâncias que atrapalhem os reflexos;
– Evite empurrar os amigos para dentro da água;
– E cuidado ao tentar ajudar uma pessoa que sofreu este tipo de acidente: caso ela mexa a cabeça poderá piorar a lesão. O mais importante é imobilizar e chamar ajuda médica para adequada avaliação.

Deve-se ter muito cuidado ao querer ajudar nesse momento, pois uma manipulação realizada de forma incorreta pode piorar a lesão. A vítima deve ser salva e levada para fora da água para prevenir o afogamento e aguardar a chegada da equipe médica especializada no atendimento de emergências.

Se presenciar um evento semelhante, peça ajuda. No hospital, os médicos especializados irão avaliar e recomendar o melhor tratamento. Em casos leves, colares podem ser indicados e em situações mais graves a cirurgia pode ser a única solução. Previna-se: a lesão na medula afeta os movimentos e a sensibilidade dos membros, podendo ter um final drástico.

Existem certas consequências que o mergulho em águas rasas pode causar, entre elas:
– Paralisia de pernas e braços
– Danos para coluna vertebral
– Lesões como fratura e luxação
– Problemas neurológicos
– Trauma de crânio
– Fratura nas mãos, pés.

Em caso de dores, quedas ou lesões, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia orienta a busca por um médico ortopedista titular SBOT. A instituição é responsável por congregar especialistas em Ortopedia e Traumatologia, promovendo responsabilidade e condições para atualização permanente dos profissionais.

Sobre a SBOT
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia é uma associação nacional de especialidade médica, unidade conveniada da Associação Médica Brasileira (AMB), responsável por congregar os especialistas em Ortopedia e Traumatologia. A SBOT promove e tem a responsabilidade na formação de especialistas, além de prover condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional.

*Dr. Fellipe Valle é médico ortopedista, traumatologista, com especialização em cirurgia de ombro e joelho, ortopedia regenerativa, e membro da SBOT-MT.