Mais 10 ararinhas-azuis foram soltas neste final de semana e, dessa vez, com a ajuda de alguns estudantes, que venceram o concurso cultural do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Elas ganharam liberdade no último sábado, 10. Foi a maior soltura do Plano Nacional da Ararinha-azul, desde março de 2020.
“Esse projeto representa o que a gente biólogo e os amantes da natureza fazem em prol da conservação, que a gente faz isso com paixão, isso é o mais gratificante”, disse Eduardo Araújo Barbosa, coordenador do PAN Ararinha-Azul (ICMBio).
Liberdade vigiada
Depois de soltas, as aves continuam sendo monitoradas pelos brigadistas e agentes do ICMBio e biólogos da ACTP.
Eles também contam com o apoio de moradores da cidade para pegar informações das ararinhas que agora estão livres na natureza.
O acesso ao local é restrito a pesquisadores da ONG alemã ACTP e do ICMBio. No entorno, foi criada a uma Área de Proteção Ambiental (APA) de 90 mil hectares e um Refúgio de Vida Silvestre da ararinha-azul, com 30 mil hectares.
Da extinção à soltura
A soltura aconteceu na cidade de Curaçá, onde a última ararinha-azul vista nesta zona rural da cidade apareceu há mais de 20 anos.
Os pesquisadores atribuem o risco de extinção da espécie principalmente ao tráfico de animais e à destruição de parte do bioma da Caatinga.
Ambientalistas e pesquisadores trabalham juntos desde 2009 no projeto de reintrodução das ararinhas na natureza.
Em 2012, foi criado o Plano de Ação para Conservação da Ararinha-Azul (PAN), que inclui a reintrodução dessa rara ave brasileira no território de origem.
“É um ato simbólico que representa muita coisa. Representa um progresso muito grande de conservação, que a gente acredita que a gente pode recuperar as espécies em extinção e a ararinha-azul ela representa isso”, disse Eduardo Araújo.
Momento único
Na soltura deste final de semana, os pesquisadores do ICMBio abriram as portinholas do gradil onde as ararinhas ficavam reclusas para que elas pudessem voar livremente.
As duas estudantes que participaram deste momento único, foram selecionadas no concurso realizado em parceria com a Bluesky Caatinga, nas redes sociais.
As adolescentes acompanharam a soltura das aves em uma barraca camuflada, localizada a uma distância segura para evitar assustar ou estressar as ararinhas.
Elas conheceram os detalhes do trabalho de reintrodução das ararinhas-azuis na natureza e aprenderam na prática uma lição sobre a importância da preservação ambiental.
Por Monique de Carvalho Só Notícia Boa – Com informações de Anota Bahia.