Um Papai Noel mineiro se comprometeu a percorrer 82 cidades do interior de Minas Gerais e de São Paulo arrecadando alimentos para famílias de baixa renda e em situação de vulnerabilidade.
Ao longo de 40 dias, Benedito Domingos, 54 anos, tem passado de cidade em cidade pedindo doações. Até aqui, ele percorreu mais de 2000 quilômetros!
Apesar de ter “trocado” o trenó por uma bicicleta, o Bom Velhinho espera arrecadar entre 50 e 70 toneladas até o Natal, que acontece no próximo sábado (25).
Em entrevista ao portal G1, Domingos disse que está completando 30 anos personificando o Papai Noel em todas as festas de fim de ano.
Sua ação social foi criada justamente para comemorar esse marco. “Por conta da pandemia, nós desenvolvemos esse desafio de pedal, porque era uma forma de visitar muitas pessoas, mas com poucas aglomerações. Em cada cidade que a gente passava fazíamos eventos pequenos, mas a somatória das doações deu um volume bem legal”, disse.
O projeto tem sido tocado em parceria com grupos de ciclistas e com as secretarias de assistência social e de esportes das cidades visitadas – a maioria delas apoiou a ideia de forma unânime. Todos os alimentos serão destinados a famílias carentes dos respectivos municípios.
De acordo com Domingos, a jornada de bike foi preparada ao longo de quase um ano – desde fevereiro. De lá pra cá, o Papai Noel contou com a ajuda de um educador físico, amigo de seu filho, que o treinou para suportar os 40 dias pedalando.
“Também tivemos o apoio de uma nutricionista esportiva, que cuidou da alimentação de acordo com as cargas de treino antes do pedal. Durante a viagem ela fez uma modificação na alimentação, para que a gente conseguisse suportar toda essa carga de atividade física”, disse Domingos.
Há anos, Benedito Domingos é o Papai Noel oficial da cidade de São Lourenço, município de 46 mil habitantes no extremo sul de Minas.
Ele conta que se veste de bom velhinho desde muito jovem, aos 24 anos. “Eu estava em casa na tarde do Natal e o vizinho me perguntou se eu poderia vestir a roupa de Papai Noel que ele tinha e entregar o presente das filhas dele. Eu aceitei e gostei da brincadeira. Fui na casa dele, entreguei os presentes das filhas dele, depois aproveitei e entreguei o presente das minhas sobrinhas e dos meus filhos também.”
Quando não período natalino, Domingos atua como técnico de segurança do trabalho. Em sua visão, ser o Papai Noel é uma forma de ganhar dinheiro, de fato, mas também de levar alegria para a vida das pessoas.
“Desde a infância, essa questão social é muito forte na minha família. A gente desenvolve essas ações sociais em várias ocasiões. Neste ano, principalmente por conta da pandemia, da crise econômica que o país está vivendo, o aumento da pobreza e do desemprego, a gente resolveu organizar essa ação social”, disse.
“É um momento de praticar o bem. Se fosse Natal o ano todo, a gente teria um mundo um pouquinho melhor”, completou.
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