Protagonismo feminino é destaque no filme Oi Alice 2 e projeto É de Chapada

O filme Oi Alice 2 teve o seu pré-lançamento realizado na última sexta-feira (01.10), na Chácara 3 Marias, em Chapada dos Guimarães, palco de onde serão feitas as...

O filme Oi Alice 2 teve o seu pré-lançamento realizado na última sexta-feira (01.10), na Chácara 3 Marias, em Chapada dos Guimarães, palco de onde serão feitas as gravações nos próximos meses. Baseado em uma história real, o filme retrata a vida de Alice (Sônia Silva), que é abandonada pelo marido Marcos (Iran Malfitano). Atores, Sociedade Civil Organizada, empreendedores parceiros e representantes do Poder Público municipal estiveram presentes.

“Tudo começa com um oi”, declara a atriz mato-grossense Sônia Silva, produtora, roteirista e psicanalista do filme Oi Alice II. O primeiro filme, um curta-metragem rodado em Lucas do Rio Verde, no ano passado, com Sônia e Iran Malfitano como protagonistas, retratava a violência doméstica sofrida por uma mulher que conheceu o homem dos sonhos através de uma rede social. A produção é da Focus Film.

Tema atual e reflexivo sobre relacionamento abusivo, existente em todas as classes sociais, o curta ganhou repercussão e a possibilidade de uma segunda parte, inserido no projeto É de Chapada, também lançado na ocasião, para contar a história do empoderamento feminino e valorização da mulher como ser independente e forte, após a violência sofrida.

“Alice conhece um homem pela rede social e ele é um príncipe, maravilhoso, um cara dos sonhos, mas de repente não é nada daquilo e isso acontece principalmente nos relacionamentos iniciados nas redes sociais, onde mais se encontram narcisistas”, relata Sônia, que retirou da vivência como psicanalista, a história da protagonista.

Segundo ela, depois de um início promissor e romântico, o personagem de Malfitano, ator conhecido de novelas da Globo e Record, inicia as fases narcisistas de um homem violento e dominador, como a desvalorização da mulher, que aos poucos vai perdendo a autoestima e a própria identidade.

Para Iran Malfitano, o filme possibilitou que a comunidade abraçasse o tema da violência doméstica e colocasse em prática algumas medidas de apoio para as vítimas, como uma sala de acolhimento na delegacia onde foi filmada uma das cenas.

“A região abraçou a causa e isso é muito legal, porque nós artistas levamos cultura, é o nosso trabalho, mas muitas vezes percebemos falta de interesse da sociedade, dos empresários e dos governantes que tem a caneta e podem fazer isso, deixar um legado de ensino para as próximas gerações”, conclui o ator.

Para o empresário e incentivador do projeto, Ramiro Azambuja, o filme e o projeto É de Chapada devolvem à comunidade e para a sociedade aquilo que é fazer da cultura a revolução dos problemas sociais.

“Quando Sonia me falou do projeto Oi Alice II começamos a temática falando de problemas, de um problema social que é a violência. Mas o que se apresentou no filme é falar de soluções, de empoderamento, do que empreende e traduz a necessidade do que precisamos viver neste momento tão diferenciado que enfrentamos pós-pandemia. É transformar problemas em soluções”, explica.

É DE CHAPADA

O projeto É de Chapada conta com um time de mulheres empreendedoras e visionárias dispostas a quebrar barreiras sociais em busca de melhores condições de vida e reconhecimento.

Especialista em planejamento estratégico, Cláudia Maria Borges, coordenadora e uma das idealizadoras do projeto, explica que as ações estimulam a economia criativa e o fomento do comércio local, possibilitando a autonomia e o empoderamento das mulheres, em especial, as quilombolas, residentes na periferia do município e muita vezes vítimas de violência.

“Estou feliz em poder ajudar essa comunidade a resolver e contribuir com as suas demandas, presentes em seus indicadores, como por exemplo, o índice de violência, a quantidade de pessoas que sobrevivem com até meio salário mínimo. Mas um município de pessoas extraordinárias, de belezas raras e que precisam, sim, de inovação, e é o que o projeto oportunizou”, frisa Cláudia.

Uma das ações, “Tecendo o Amanhã”, visa a criação de uma marca de produtos que irão atender as mulheres quilombolas em situação de vulnerabilidade social, valorizando a sustentabilidade na região. A produção de uma cerveja exclusiva feita pelas mulheres quilombolas, em parceria com a Cervejaria Xaraés, integra essas ações.

Segundo Cláudia, os idealizadores, em conjunto com a Sociedade Civil Organizada, elaboraram os projetos e buscaram parceiros para ajudar a colocar em prática o desenvolvimento dos produtos, que devem beneficiar seis comunidades quilombolas de Chapada, dentre elas, a Lagoinha de Baixo.

“A cerveja será produzida por elas e para elas, com a finalidade de valorizar essas mulheres, atendendo a agricultura familiar, sem intermediários, com a ajuda da iniciativa privada, mas com as características de sustentabilidade, não podemos nos esquecer das mais de 400 cachoeiras de Chapada e que temos que cuidar desse espaço, porque se não, não teremos mais turismo, nem água para beber”, salienta.

LE DONNE DELL’AGRO

O empresário Gustavo Alexandre Grossi, CEO do Grupo Fienile, também parceiro do projeto É DE CHAPADA apresentou uma prévia do evento Le Donne Dell’Agro, que vai acontecer em Foz do Iguaçu (PR), no dia 26 de novembro, voltado para as mulheres do agronegócio.

 

Mulheres que se destacam no Brasil dentro e fora do Agronegócio estarão presentes: Marcia Piatti – produtora rural de grãos e sócia-proprietária da Fazenda Quatro Filhas, em Céu Azul/PR; Talita Cristina Pereira – Coordenadora do Movimento Agroligadas no Paraná; Terezinha Busanello Freire – Coordenadora Estadual do programa de Turismo Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná IAPAR – EMATER (IDR-Paraná); Lays Amaral – Mestre em Gestão  Sustentabilidade e Tecnologias e diretora de comércio e serviços da Associação Comercial de Foz do Iguaçu (ACIFI); Marina Silva – deputada federal pelo Piauí e Rosa Jeronymo – primeira dama de Foz do Iguaçu, PR.

São personalidades que representam e inspiram outras mulheres que estão ocupando seu espaço também no Agronegócio, tradicionalmente dominado por homens, deixando assim o papel de coadjuvantes para se tornarem protagonistas de grandes histórias de sucesso e conquistando a posição de quem também toma as decisões. Elas já somam mais de 31% da liderança de propriedades rurais brasileiras, segundo a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG).