Mulheres Kurâ-Bakairi empreendem projeto de moda indígena pela Lei Aldir Blanc

O projeto ofertará capacitação em tingimento e estilista com a artista visual Rita Ximenes e a modista Savana Leão Por Maria Clara Cabral Mato Grosso ganha uma nova...

O projeto ofertará capacitação em tingimento e estilista com a artista visual Rita Ximenes e a modista Savana Leão

Por Maria Clara Cabral

Mato Grosso ganha uma nova iniciativa voltada a desenvolver e impulsionar a economia criativa de povos tradicionais. O projeto ‘Kywagâ – Desenvolvimento de produtos exclusivos da Moda Indígena Kurâ-Bakairi’ irá capacitar mulheres indígenas na arte da moda com incentivo da Lei Aldir Blanc.

A proposta foi apresentada por Darlene Yaminalo Taukane, que atualmente coordena o Instituto Yukamaniru de Apoio às Mulheres Kurâ-Bakari e contemplada em edital realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso (SECEL/MT).

Serão selecionadas de 15 a 20 mulheres entre os indígenas de território localizado no município de Paranatinga (370 km de Cuiabá), o único pré-requisito será de saber costurar. Elas participarão de oficinas de tingimento e estamparia com a artista visual Rita Ximenes e modelagem com a renomada modista Savana Leão.

Conforme assessoria do projeto, a ideia é desenvolver uma coleção de vestuário, respeitando valores simbólicos e oportunizando conhecimentos específicos, criativos e invencionais de interesses locais.

E, considerando a moda indígena como um ato político antirracista, o projeto contará com um blog que, além das informações a respeito das ações, abordará assuntos sobre estética decolonial.

“Mesmo com tantas adversidades na contemporaneidade, os povos indígenas buscam conservar suas tradições entre várias gerações. No Brasil, e especificamente, em Mato Grosso, encontramos uma das maiores diversidades étnicas e que vem, consideravelmente, perdendo espaço territorial físico e simbólico”.

As formadoras

Rita Ximenes desenvolve a atividade por meio de técnicas milenares de tingimentos e estamparia, como print block, batik e shibori, entre outros. Os pigmentos aplicados são conhecidos pela etnia e se utilizam de recursos naturais.

Em sua atividade com as indígenas, também serão realizadas experimentações de novos pigmentos de outros extratos vegetais para uma chamada estamparia botânica.

Responsável pela oficina de modelagem, Savana Leão é mestre em design pela Anhembi Morumbi (SP), especialista em Artes Visuais pelo SENAC (MT), graduada em Design de Moda, pela UNIC (MT). Atua na área design e confecção desde 2010 e já desenvolveu uma coleção para desfile de marcas regionais apresentado em 2019 no SENAI/MT.

A estilista de moda possui o seu próprio Ateliê, onde confecciona peças sob medida e ministra cursos e oficinas relacionadas à costura criativa e afetiva.

 

Fonte: Entretê