Período de inatividade aumenta risco de lesões musculares

Em tempos de pandemia, muitas pessoas têm se aventurado em fazer suas atividades físicas em casa e, frequentemente, sem a orientação de um especialista. Prática essa que pode...

Em tempos de pandemia, muitas pessoas têm se aventurado em fazer suas atividades físicas em casa e, frequentemente, sem a orientação de um especialista. Prática essa que pode provocar lesões musculares. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) alerta que existem várias razões para o surgimento dessas lesões. Entre as principais estão os longos períodos de afastamento das atividades físicas, as reincidências de lesões anteriores, perda de rendimento esportivo e o mau preparo para a prática de exercícios físicos.

Segundo o ortopedista Dr. Renam Bumlai, presidente da SBOT-MT, as diferentes características dos grupos musculares, os tipos de exercícios físicos praticados e o perfil corporal da pessoa são algumas das variáveis que influenciam o tipo, tamanho e gravidade da lesão. “O fenômeno mais  frequente que acomete indivíduos que iniciaram uma atividade física após um período de inatividade, e reiniciam a atividade com volume ou intensidade desproporcionais ao condicionamento físico, ou mesmo naqueles sem o hábito de praticar esportes, que realizam uma carga de exercício muscular vigoroso,  é a Dor Muscular Tardia ou DMT. O desconforto e a dor se iniciam geralmente algumas horas após o término da atividade física, sendo mais intensos ao redor de 24 a 48 horas”, explica o médico.

Normalmente os sintomas são marcados por dor súbita localizada, de intensidade variável e, algumas vezes acompanhada de um estalido audível. Ocorre geralmente durante um movimento de corrida, salto ou arremesso e culmina com a interrupção do mesmo. Pode ocorrer edema localizado, tensão aumentada do tecido ao redor e possibilidade de um defeito visível ou palpável. A presença de equimose (mancha de sangue) ou hematoma tem o significado de uma lesão de maior extensão e gravidade, pois houve sangramento tecidual.

Os fatores de risco de lesões variam entre fadiga muscular, pouca flexibilidade, deficiências de força, músculos biarticulares (que atuam em mais de um movimento de articulação coxa e quadril ou coxa e joelho, por exemplo) e tipos de fibras musculares.

“Em geral, o tratamento abrange uma sequência de objetivos. O primeiro deles é o controle da dor e do processo inflamatório com o objetivo de reduzir, consequentemente, o espasmo muscular, auxiliando na regeneração e reparação tecidual, além de recuperar a flexibilidade pregressa, a função contrátil, restaurar a função normal do músculo, minimizar o risco de relesões e preparar o indivíduo para o retorno às atividades nas condições ideais”, destaca o presidente SBOT-MT.

O diagnóstico das lesões musculares deve abranger história e exame clínico adequados feitos por um médico especialista em ortopedia e traumatologia, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, podendo ser complementados com métodos de diagnóstico por imagem.

Sobre a SBOT

A SBOT é uma associação nacional de especialidade médica responsável por congregar os especialistas em Ortopedia e Traumatologia. A Sociedade promove e tem a responsabilidade na formação de especialistas, além de prover condições para atualização permanente, sob a forma de ensino, pesquisa, educação continuada, desenvolvimento cultural e defesa profissional.

 

Imagem: Pixabay