Tomografia computadorizada tem ajudado no diagnóstico do novo Coronavírus A COVID-19 tem como um dos principais alvos o sistema respiratório, em especial os pulmões, podendo ocasionar broncopneumonia – inflamação aguda do tecido pulmonar – com gravidade em alguns casos. A tomografia computadorizada pode diagnosticar um comprometimento pulmonar provável e, com isso, orientar um possível afastamento do paciente do convívio social. O exame padrão ouro, que fornece o devido diagnóstico da presença do vírus, para detectar a doença é o RT-PCR (do inglês Reverse-Transcriptase Polymerase Chain Reaction), teste molecular que amplifica o material genético do vírus. Ele é colhido através do swab da mucosa respiratória do paciente e deve ser colhido entre o 3º e 5º dias de sintomas, com uma espera de resultando no nosso estado de, em média, 7 a 10 dias. Apesar da tomografia computadorizada do tórax não ser o padrão ouro para o diagnóstico da doença, o exame é muito útil, principalmente nesse quadro de longa espera dos testes de RT-PCR, sendo possível a observação das alterações parenquimatosas – que apontam sinal de doenças respiratórias (inclusive em pacientes assintomáticos), causadas pelo Coronavírus, bem como a severidade da doença, sua extensão e algumas eventuais complicações. Além disso, com a utilização da ferramenta, é possível fazer a avaliação do diagnóstico diferencial, como outras patologias que apresentam quadro clínico semelhante, auxiliando o infectologista a acompanhar a evolução da doença e avaliar se o paciente precisa ser internado em uma enfermaria ou ser encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A tomografia pode ainda ser útil quando não se tem disponibilidade dos testes sorológicos para a COVID-19, e nos casos em que esses testes atrasam o resultado da entrega para conduta de um eventual isolamento social. As observações que podemos detalhar no relatório, incluem ou não a evidência de processo inflamatório agudo, a extensão e se esse achado é consistente com a etiologia viral e possivelmente relacionada ao Coronavírus. Podemos também estimar a extensão do acometimento do parênquima pulmonar, o que tem sido relatado como um importante fator prognóstico pelos estudos mais recentes. Os achados tomográficos mais comuns descritos no relatório sobre o vírus são as opacidades pulmonares com atenuação em vidro fosco, aspecto descrito na tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), acometendo ambos os pulmões. Portanto, a tomografia tem papel importante na avaliação do paciente com suspeita de COVID-19 e deve ser solicitada sempre que houver indicação clínica. Dr. Nathália Simi Mendonça é médica radiologista, especialista em Medicina Interna e faz parte do corpo clínico do Instituto Médicos de Diagnósticos por Imagens (IMEDI) Fonte: Assessoria |