Trigêmeas passam juntas em medicina motivadas pela perda do pai para o câncer

Para a surpresa de amigos e familiares, as trigêmeas Maria Eduarda, Maria Gabriela e Maria Fernanda Guimarães Cordes foram aprovadas, juntas, no vestibular para o curso de Medicina...

Para a surpresa de amigos e familiares, as trigêmeas Maria Eduarda, Maria Gabriela e Maria Fernanda Guimarães Cordes foram aprovadas, juntas, no vestibular para o curso de Medicina em Adamantina, no oeste paulista.

“Nós três vamos nos dedicar bastante e exercer essa profissão com muito amor e carinho porque sabemos das dificuldades que os pacientes enfrentam. Um dos motivos para a nossa decisão [em cursar medicina] foi porque perdemos o nosso pai para o câncer e queremos lutar para ajudar muitas pessoas”, contou Maria Gabriela.

A prova foi aplicada no dia 30 de novembro do ano passado. Após mais de um mês de espera, o resultado foi divulgado pela Fundação Vunesp na terça-feira (7) e as irmãs, que moram em Quatá (SP), compareceram no dia seguinte ao Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), acompanhadas da mãe e do padrasto, onde garantiram a matrícula na sexta turma do curso, que começa neste ano.

 

Sonho conjunto de fazer Medicina

“Eu estou muito emocionada, muito orgulhosa delas e vou tentar realizar esse sonho, que é o que elas querem: cuidar de pessoas”, comemorou Ana Alberta Guimarães Cordes, a mãe das estudantes, que completaram 17 anos de idade no último dia 4 de dezembro.

O trio se preparou por conta própria. Na disputa pelas 100 vagas disponíveis no vestibular, Maria Eduarda foi classificada em 1º lugar, Maria Gabriela em 70º e Maria Fernanda em 78º.

“Eu fiz o 3º ano [do ensino médio] normal e estudava a matéria do dia à tarde”, contou Maria Eduarda.

“Eu fiquei muito feliz porque estava em dúvida entre farmácia e medicina e acabei decidindo por medicina, junto com as minhas irmãs, que me apoiaram e me ajudaram a estudar. Com muito sacrifício, estamos aqui”, revelou Maria Gabriela.

Elas sonham cursar medicina desde a infância. “Quando eu era pequenininha, sempre tive vontade. Ia nos consultórios e sempre quis fazer. A gente foi conversando, uma foi despertando na outra e as três resolveram juntas fazer medicina. É bom porque as três ficam unidas e assim vai ser para sempre”, comentou Maria Fernanda.

Trigêmeas passam juntas em vestibular medicina SP

“Essa é uma nova fase muito importante que se inicia. O nosso coração está transbordando de alegria. Quatá e toda região, com certeza, estão em festa. Vocês já estão entregando uma médica para a nossa família [referindo-se à prima Maria Carolina] e estamos aqui trazendo mais três para se formar”, disse o padrasto Marcos Rogério Ramello Gazeta.

“Para nós, é um orgulho muito grande. Essa nova turma de medicina nos traz novos desafios. O que a gente observa quando vê três irmãs passando no vestibular, o investimento da família nelas, a preocupação com ensino e a grande credibilidade do nosso curso é que, para colocar quatro pessoas da mesma família para fazer um determinado curso de uma faculdade, é preciso confiar muito nessa faculdade. Temos muito orgulho disso e, para nós, é um presente recebê-las aqui”, enfatizou o professor doutor Fábio Alexandre Guimarães Botteon, vice-reitor do centro universitário.

 

Fonte: RPA/ Foto: Divulgação