Por: Gabriela Carvalho
Já dizia o “Velho Guerreiro” (saudoso José Abelardo Barbosa), mais conhecido como Chacrinha: ‘quem não se comunica, se trumbica’. Em sua transmissão Chacrinha nos alertava para a importância do diálogo, que se tornou a principal ferramenta do século na construção de qualquer relacionamento, seja ele profissional ou sentimental. A pessoa que consegue dominar uma boa forma de se comunicar, com certeza, irá obter sucesso em sua carreira ou na tarefa que se dispor a realizar. Mas como fazer isso? Para alcançar uma boa comunicação é necessário muito mais do que apenas ter os ouvidos abertos, o ouvinte precisa se propor a prestar atenção no outro e não só para se beneficiar, mas com o intuito de conhecer a necessidade, criar empatia para, assim, construir uma comunicação efetiva.
A formação de uma comunicação ativa – onde estamos abertos para escutar o outro – é o primeiro passo para se conhecer, é exercitar o autoconhecimento, entender quais os seus objetivos, valores e necessidades, para, a partir daí, ter condições de ouvir com humildade e poder entender os limites do interlocutor. No processo de comunicação, utilizamos muito mais do que a fala, precisamos nos atentar ao movimento corporal, expressão facial e cuidar para entender que cada pessoa tem a sua particularidade – uma forma de se comportar, se direcionar, até mesmo gesticular -, por isso, precisamos nos esforçar para respeitar e entender as diferenças.
Muitas vezes as pessoas chegam em determinado local para serem atendidas em busca de um objetivo, e, mesmo que não obtenham a resposta desejada, precisamos tomar muito cuidado no momento de se dizer o ‘não’, a forma que irá repassar essa negativa fará toda diferença para o receptor. No entanto, quando demostramos atenção para com o outro, ouvimos e tratamos as necessidades apresentadas com carinho e respeito, mesmo com a negativa em relação a problemática apresentada pelo interlocutor, tenha certeza que ele sairá satisfeito. Sendo assim, concluímos que um diálogo bem realizado é capaz de construir entendimento e fazer as pessoas mudarem suas atitudes.
É comum ouvirmos falar que determinada instituição está passando por uma ‘crise’. Quando isso acontece, seja ela interna ou externa, a primeira preocupação é com a comunicação, como a informação será repassada ao receptor? Nesse momento o diálogo será primordial, para isso é necessário que haja transparência das informações para desenvolver a empatia sobre o assunto em questão, assim, conseguirmos esclarecer os fatos, controlar as ações, alcançar o bom entendimento entre as partes, ou mesmo compreensão por aqueles não envolvidos diretamente com o ocorrido. Com essa construção a instituição irá diminuir os ruídos e alcançar a solução da problemática existente.
Quando se trata do mercado de trabalho, é natural encontrarmos profissionais esforçados, dedicados, que realmente “vestem a camisa” da empresa, mas, muitas vezes, são péssimos na habilidade de se relacionar como os colegas, têm dificuldades com hierarquias e se acham autossuficientes – ausentes de empatia e humildade -, nesse sentido a falta do talento na arte de se comunicar faz com que esse bom colaborador fique fora do mercado. Isso demostra que somente a competência não irá segurar seu emprego, afinal, a importância do relacionamento consiste na troca de conhecimento e na oportunidade de aprender com a experiência do outro.
Em vários momentos me deparo com pessoas que não permitem dialogar sobre seus defeitos e limitações, mas na verdade esses indivíduos utilizam dessa autodefesa para afastar as críticas, evitando levá-los à reflexão das suas ações. Isso porque o induziria à conclusão de que o grande causador por não conseguir permanecer em um emprego, em convivência familiar ou até mesmo manter amizades, é a sua falta de capacidade em respeitar as escolhas e comportamentos diferentes do que a pessoa tem como certo.
Quando nos referimos ao diálogo na construção dos relacionamentos, existe um ambiente que não podemos deixar passar desapercebido: a comunicação interna nas instituições, seja ela pública ou privada. É comum ouvirmos colaboradores reclamando da falta de informação no ambiente de trabalho, o que torna mais difícil a realização das atividades, como também alcançar o objetivo proposto pela empresa.
Para uma boa condução do processo das ações no ambiente de trabalho é necessário que a comunicação seja transparente, o feedback é essencial na evolução e motivação, e o líder precisa estar aberto a ouvir as sugestões e necessidades de seus liderados. Dessa maneira o colaborador terá uma nova perspectiva da empresa e desenvolverá suas atribuições com mais segurança e contribuirá na tomada de decisões. A construção da comunicação estratégica no ambiente de trabalho também e essencial para a integração do corpo administrativo. “Precisamos trabalhar como um corpo só, um pelo outro, onde um começa o outro consegue finalizar”, creio que essa integração das ações de forma ordenada, sempre respeitando hierarquias, facilita a integração e é importante para a saúde do relacionamento corporativo.
Gabriela Carvalho, graduada em Administração com expertise em Comunicação Social e Relações Institucionais Email: gabrielacarva@gmail.com