Já faz 24 anos, mas a ex-refugiada iraquiana Mevan Babakar jamais esquecerá o homem que conheceu durante o período mais turbulento da sua vida e de sua família.
Quando tinha apenas cinco anos, Mevan deixou tudo o que tinha para trás. Ela fugiu do Iraque com os pais durante a Guerra do Golfo (1990-1991), conflito militar responsável pela morte de 50 mil pessoas e 100 mil feridos (entre civis e soldados).
A menina foi parar em um campo de refugiados em Zwolle, na Holanda. Lá, um generoso rapaz que trabalhava no campo estendeu a mão em diversas ocasiões de necessidade, marcando-a para sempre.
Hoje, aos 29 anos de idade, Mevan finalmente teve a chance de agradecê-lo.
A jovem tirou um ano sabático do trabalho como jornalista para refazer a jornada de sua família como refugiados. Isso incluía encontrar o homem do acampamento que a ajudou com comida, moradia e demais mantimentos à época.
Ela não tinha seu nome, o que tornava a tarefa de achá-lo ainda mais complicada. Mevan então recorreu ao Twitter, compartilhando a única foto que tinha do homem, explicando tudo o que ele tinha feito por ela, inclusive uma bicicleta comprada para a menina, antes dela partir. “Meu coração de cinco aninhos explodiu de alegria. Eu só queria saber o nome dele. Podem me ajudar?”, conclamou a jornalista.
Milhares de usuários da rede social se uniram para ajudar Mevan a encontrar seu anjo da guarda. O tweet dela viralizou rapidamente e em apenas 24 horas, até jornais da Holanda estavam replicando o pedido de ajuda.
Outras pessoas mandaram mensagens para a jornalista afirmando que o mesmo homem e sua esposa havia os ajudado também.
Reencontro
Levou uma semana para ela finalmente encontrar o “rapaz do campo”, cujo nome é Egbert. Atualmente ele vive na Alemanha. Nos anos 90, o alemão ajudou centenas de refugiados iraquianos, da forma como podia.
Felizmente, eles estavam próximos o suficiente para se reunirem pessoalmente!
“Ele estava tão feliz em me ver. Estava orgulhoso do que eu me tornei: uma mulher forte e corajosa. Ele disse que esse sempre foi o seu desejo para mim quando eu era pequena.”, escreveu Mevan em um tweet.
“Egbert achou que a bicicleta ou a comida dada à mim era um gesto muito pequeno para me marcar tanto, mas ele está realmente muito feliz por tamanho reconhecimento e por termos nos reencontrado novamente.”
Mevan espera que sua história e os gestos nobres e gentis de Egbert mostrem aos outros que, “quando as coisas estão ruins e obscuras, há sempre inúmeros atos de bondade entre as pessoas que podem moldar uma vida inteira”.
Fonte: RPA
Fotos: Reprodução/Twitter