O soldado Luiz e o filho Nícolas celebram aprendendo e fortalecendo ainda pais os laços de amor – Foto Arquivo pessoal
No segundo domingo de agosto a Polícia Militar narra três histórias inspiradoras para homenagear os pais militares que cumprem mais essa missão honrosa de vida, a paternidade
Exercer a paternidade, mesmo ao lado da esposa, a mulher que escolheu para ser a mãe de seus filhos, não é uma tarefa fácil. Sozinho, então, todas as atribuições passam a ser em dobro.
Neste segundo domingo de agosto (11.08), Dia dos Pais, a Polícia Militar narra três histórias inspiradoras para homenagear os pais militares que cumprem mais essa missão honrosa de vida, a paternidade.
Os soldados Luiz Fernando Queiroz de Souza, 25, Anderson Moura Santos, 30, e Erden Rodrigues da Silva, 34, têm muito mais em comum do que a carreira militar. Os três criam os filhos sozinhos e veem o Dia dos Pais muito mais significativo, bem mais que uma data para ganhar presentes e homenagens.
Os soldados Luiz Fernando e Erden Rodrigues moram em Cuiabá, onde atuam como policiais. Já o soldado Anderson Moura está lotado em Várzea Grande, no 4º Batalhão.
O soldado Luiz conta que com o fim de um relacionamento de três anos não conseguiu ficar longe do filho Nicolas, 4, que até então morava com a mãe, em Jaciara. A ausência do filho comoveu o pai e o levou a tomar a decisão mais importante da sua vida, pedir a guarda e trazê-lo para morar contigo.
A rotina de pai e filho começa cedo. Luiz dá o banho, prepara o leite, organiza a mochila…, mas ainda tem um tempinho para brincar e dizer o quanto o ama antes de deixá-lo na creche e seguir sua jornada de trabalho no Quartel do Comando Geral (QCG) da PM.
“O Nicolas foi morar com a mãe no interior depois da separação e eu fiquei trabalhando aqui em Cuiabá. Logo comecei a perceber que o melhor para o meu filho era morar comigo. Só que eu fiquei confuso porque eu não fui criado pelo meu pai, eu não sabia como era a função de um pai. Os meus amigos falavam para eu pagar a pensão e curtir a vida, mas eu não tenho coragem de fazer isso com meu filho. Foi então que passei a me dedicar a aprender. O meu filho me ensina muito todos os dias”, conta Luiz.
O soldado Anderson Moura, assim como todos os pais e mães, tem dúvidas sobre como criar e educar filhos, mas não sobre o que queria, que era viver ao lado da filha Fabiana, hoje com seis anos. Moura cria a menina sozinha desde o terceiro mês de nascimento. No caso dele, a mãe dela saiu da casa e ele escolheu e insistiu em ficar com a filha.
O soldado Moura e pequena Fabiana, de seis anos, celebram o amor de pai e filha (Foto: arquivo pessoal)
“Além de ser um desejo viver ao lado da minha filha, sempre acreditei que seria a coisa certa a fazer. A minha filha é a pessoa mais importante, vivo por ela e para ela”, narra, enquanto arruma o cabelo de Fabiana antes de deixa-la na casa da babá para seguir em mais uma jornada noturna de policiamento nas ruas de Várzea Grande.
Encarar a paternidade, e sozinho, foi também a decisão mais importante da vida do soldado Erden Rodrigues. Ele tem cinco filhos, sendo um menino e quatro meninas, com idades entre 15 e dois anos. O policial relata que com o término do casamento decidiu ficar com a guarda dos filhos e hoje, casado novamente, divide e organiza sua rotina diária entre os filhos, a esposa e a profissão.
O soldado Rodrigues relembra que quando decidiu ficar com a guarda dos filhos foi visto com estranheza por algumas pessoas. Todos achavam que era mais fácil para ele se os filhos ficassem com a mãe.
“Eu decidi ficar com os meus filhos porque entendo que sou mais dedicado e tenho mais condições de educá-los. Foi difícil ser pai solteiro, tive de aprender a fazer e acompanhar tudo dos meus filhos de perto, levar ao médico, escola, mas muitas vezes as pessoas não entendiam e continuam não entendendo”, destaca.
O policial conta que comandantes não entendiam quando ele apresentava o atestado médico de um filho para justificar uma eventual falta ao trabalho. Diz que exigiam e ele tinha de explicar todas às vezes que é pai solteiro e cuida dos filhos. “Minha família passou a me ajudar a organizar minha escala de trabalho. Sofri preconceito por ser pai solteiro, mas passei e passo por tudo pelos meus filhos”, revela emocionado o soldado Rodrigues.
Por Secom-MT