Obra de Tarsila do Amaral supera Monet e se torna mais vista do Masp em 20 anos

Pintora, desenhista, tradutora, artista plástica… Ela foi de tudo um pouco e revolucionou os movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira...

Pintora, desenhista, tradutora, artista plástica… Ela foi de tudo um pouco e revolucionou os movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX no Brasil.

Tarsila do Amaral (1886-1973) é uma das artistas tupiniquins mais importantes da história, e figura prominente no exterior. Aproximando-se do centenário de sua fase mais revolucionária, dentro do movimento modernista, ela segue impactando gerações e movendo multidões.

A exposição ‘Tarsila Popular’, que apresenta sua trajetória e obras importantes, tornou-se a de maior público dos últimos 20 anos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e possivelmente a mais visitada da sua história, com 402.850 visitantes, tomando o lugar de ninguém menos que o impressionista francês Claude Monet (1840-1926), cujo público em 1997 bateu 395 mil visitantes.

À meia-noite do último dia da exposição, no domingo (28), as galerias seguiam absolutamente lotadas até o apagar das luzes. Mais de 6 mil pessoas foram ao Masp para assistir a retrospectiva da obra de Tarsila, falecida há quase 50 anos.

Muitos queriam contemplar ao vivo e fotografar seu famoso quadro “Abaporu”, talvez o mais importante da história do Brasil – a nossa “Mona Lisa”. O quadro atualmente faz parte do acervo do MALBA, em Buenos Aires.

O alcance da exposição é notável, apesar dos números exatos ainda serem imprecisos, pois se referem apenas aos últimos cinco anos da gestão atual.

“Quero ser a pintora da minha terra.”

Números à parte, trata-se da exposição mais popular das últimas décadas no Brasil, e possivelmente de toda a história do museu – apesar do valor considerado ‘salgado’ dos ingressos, vendidos a R$ 40 cada, uma barreira intransponível para boa parte da população.

Vivemos em uma época recente de constantes e irracionais ataques à cultura, à ciência e ao intelectualismo. No entanto, ver o alcance da exposição de Tarsila é um sopro fresco e colorido de esperança de que quanto mais se bate em nossa cultura e intelectualidade, mais ela se expande. Dias melhores virão.

Fonte: RPA /Fotos: Reprodução/Hypeness