Como sua cidade reagiria ao descobrir que 1.600 pessoas em busca de asilo, de diferentes países, seriam enviados para lá? Em Las Cruces, segunda maior cidade do estado norte-americano do Novo México, a população reagiu oferecendo a essas pessoas comida e moradia.
Em abril deste ano, as autoridades que controlam as alfândegas e fronteiras dos EUA começaram a levar migrantes para Las Cruces, município de 100 mil habitantes, a uma de carro da fronteira EUA-México.
Por conta de “problemas de capacidade” na fronteira sul, a agência de imigração dos EUA disse que liberaria os migrantes em busca de asilo e os alocaria nos estados do Novo México e Texas, informou a Associated Press.
Receber mais de 1.600 migrantes não é tarefa fácil, mas foi exatamente isso que Las Cruces fez e continua fazendo até hoje.
Com verbas municipais e doações de empresas, quase US$ 600 mil (R$ 2,4 milhões) foram levantados para fornecer alimentação e moradia temporária aos migrantes – dezenas de moradores ofereceram quartos para os migrantes, além de roupas e mantimentos próprios.
Steve Ramirez, um funcionário da secretaria de comunicações de Las Cruces, disse que “atos de bondade e compaixão acontecem todos os dias em Las Cruces”.
Há voluntários em todas as áreas: médicos e dentistas que oferecem atendimento gratuito, advogados para tratar questões legais e até tradutores para facilitar a comunicação entre os falantes de diferentes idiomas.
Esse “mar de gentilezas e boas ações” não é exatamente uma surpresa para a população de Las Cruces: há alguns meses, um menino de 9 anos montou uma banquinha de limonada para arrecadar dinheiro para custear o tratamento de seu avô doente. A comunidade se uniu para ajudar o pequeno e sua família: a meta de US$ 120 foi muito, muito mais do que batida, pois eles juntaram US$ 30 mil!
Robert Paquette, que chegou a viver em situação de rua quando adolescente, arrecadou dezenas de milhares de dólares para comprar alimentos e roupas para a população sem-teto da cidade.
“Las Cruces talvez seja o lugar mais agradável da América, porque se importa com a hospitalidade”, disseram dois moradores. “Oferecemos uma mão aos nossos vizinhos e vivemos do mantra ‘mi casa, es su casa (minha casa é sua casa)’.”
Fonte: GNN/Fotos: Reprodução/Reader’s Digest | Razões Para Acreditar