‘Brincadeira’ é a quarta causa de lesão medular no Brasil e pode levar à paraplegia ou tetraplegia
Durante as férias escolares de julho é comum as famílias viajarem para lugares com cachoeiras, rios, lagos, praias e piscinas. Uma prática comum, porém muito perigosa são os mergulhos em locais com essas características, que se tornam convidativos com a ideia de diminuir a temperatura corporal. A maioria das lesões acontecem em jovens na faixa etária de 10 a 30 anos, geralmente localizadas na coluna cervical.
“Nesses momentos, é importante lembrar que a diversão só será completa se ela vier acompanhada de prudência, que, nesse caso, inclui redobrar a atenção ao entrar em águas desconhecidas. E isso vale tanto para as turvas, onde você não enxerga o fundo, que ainda pode ter variação de altura devido à maré e à formação de bancos de areia; como as transparentes, cujo reflexo pode distorcer a noção de profundidade”, alerta o presidente da Comissão de Campanhas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Sandro Reginaldo.
Diante de tamanho risco, a SBOT lança uma campanha de prevenção de acidentes em parceria com a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) que tem como alvo o público em geral, especialmente pais e mães com filhos em idade escolar.
Entre as recomendações mais importantes estão: sempre entrar na água andando para se certificar da profundidade; nunca mergulhar ou pular em águas turvas; não empurrar os amigos para dentro da água; e jamais entrar na água depois de ingerir bebida alcoólica, medicações ou qualquer outra substância que prejudique seus reflexos.
Segundo o médico ortopedista e presidente da SBOT-MT, Renam Bumlai, é preciso ter muito cuidado ao querer ajudar neste momento, pois uma manipulação realizada de forma incorreta pode piorar a lesão. “A vítima deve ser salva e levada para fora da água para prevenir o afogamento e aguardar a chegada da equipe médica especializada no atendimento de emergências. Peça ajuda se presenciar um evento semelhante”, orienta.
As lesões variam desde traumas musculares como contraturas, que podem cicatrizar de forma mais precoce, até lesões e fraturas associadas a deslocamentos das vértebras. Há casos de alterações neurológicas causando perda de sensibilidade e da força muscular, podendo atingir os quatro membros da vítima.
Fazer o reconhecimento da região, entrando na água andando antes de dar o primeiro salto ou mergulho, é fundamental para evitar acidentes que podem ser incapacitantes e até mesmo fatais. “Dependendo do modo como pula e da profundidade da água, a pessoa pode ter desde uma simples contusão da musculatura a uma luxação vertebral, um trauma grave na cabeça, fraturas nas mãos, nos antebraços, nas pernas e nos pés ou uma lesão na medula capaz de deixa-lá paraplégica ou tetraplégica”, finaliza o presidente da SBOT Nacional, Moisés Cohen.
Por Assessoria