A ação faz parte da campanha coordenada pela Secretaria de Educação que prevê ainda formação para professores e orientação para pais
Com o tema “Sem Plateia Não Tem Bullying”, dois mil alunos de unidades educacionais de Cuiabá e Várzea Grande e meninas atendidas pelo Projeto Siminina participaram na manhã desta sexta-feira (28), de uma caminhada contra o bullying na capital. A concentração e início da caminhada foi na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura da capital e percorreu parte da Avenida Getúlio Vargas, chegando até a praça Santos Dumont.
Ainda na concentração, os alunos ostentavam faixas e cartazes com dizeres contra do tipo; “Stop e Xô bullying”, “Bullying é Assédio Moral”, e “Bullying Não é Brincadeira”. No carro de som, os alunos se revezavam no microfone com poesias, depoimentos e condenando a prática de apelidos, ou palavras que redundam no bullying.
O programa contra o bullying nas escolas já começa a chegar à baixada cuiabana, com resultados positivos de expansão e conscientização. De Várzea Grande participaram da caminhada mirim, 400 alunos.
A coordenadora pedagógica do Município de Várzea Grande, Gonçalina Leite Rondon disse que a participação é uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá, e um momento especial para os alunos das cinco escolas que participaram e para todos os atendidos pela rede. “Em Várzea Grande nós estamos trabalhando esse tema, em parceria com outras secretarias municipais, como a Saúde, a Guarda Municipal, além dos professores que estão sendo preparados com palestras, para trabalhar com os alunos da rede em Várzea Grande”, destacou a coordenadora.
Para ela, um dos sinais de que a parceria está dando certo são as pequenas brigas no intervalo das aulas, que tem reduzido bastante. “Estamos conversando muito com as crianças e com a família também, mostrando pra elas a importância dessa conscientização”, destacou a Gonçalina Leite Rondon.
Em Cuiabá, no Projeto Siminina, estão sendo realizadas palestras diariamente com as crianças, muita orientação e práticas, objetivando trabalhar no cotidiano delas sem discriminação, oferecendo conhecimento suficiente para que a criança haja com naturalidade e segurança. “É um trabalho que está sendo realizado há mais de 2 anos, por que é uma proposta humanizada, elas trabalham e aprendem por meio do teatro, através de poesias e na prática do dia a dia”, destacou a coordenadora Maria Nazaré de Souza.
A Caminhada Mirim objetivando o combate ao bullying, foi a terceira ação dentro do Programa, que entra também no segundo semestre desse ano, com uma série eventos alusivos ao tema. “É um forma da gente manifestar, que o prefeito Emanuel Pinheiro e a Secretaria Municipal de Educação estão preocupados com a situação de violência nas escolas, provocada pelo bullying. Este é o momento de mostrar e mobilizar toda a população cuiabana”, destacou a secretaria-adjunta de Educação de Cuiabá, Edilene de Souza Machado, ao elencar que na rede municipal, a situação é de tranquilidade, mas o programa se estende para todos os municípios, além da Capital, como Santo Antônio de Leverger e outros, escolas particulares, e todas as esferas da educação.
A secretaria-adjunta lembrou que, por ser um programa educacional do município, a proposta é mais ampla para a educação, e a programação se estenderá durante todo este ano, até que os resultados sejam satisfatórios, do ponto de vista de realizações. Ela anunciou que na semana que vem, acontecem mais duas etapas da campanha, com o “Dia D” nas unidades educacionais atendidas pelo programa Escola da Inteligência e, em setembro, a realização de um fórum que vai tratar diretamente sobre o tema.
“O bullying não é bom para ninguém e o pior é o que esse processo traz como consequência. Os pais tem que estar muito atentos quando a criança se afasta do grupo ou não quer ir para escola, isso é muito perigoso, alguma coisa está acontecendo”, destacou a secretaria-adjunta lembrando que isso requer muito diálogo entre filhos e pais, para que se descubra o que está acontecendo.
Ainda na programação da campanha, estão sendo realizados ciclos de formação para que cada unidade escolar tenha um professor mediador da situação. “Esse professor é formado por profissionais das áreas de psicologia e neurologia, para que toda a Educação melhore ainda mais e consiga identificar a situação e fazer as intervenções necessárias e corretas”, explicou Edilene Machado.
Safira, aluna da rede pública de Várzea Grande, lembrou que “somos todos iguais, não temos diferenças. Temos que ter mais respeito com os outros e amizade”. Ao ser perguntada sobre o que era bullying, ela não teve dúvidas, “um ato desrespeitoso com os outros. A gente tem que respeitar, dar amor e amizade no momento em que nossos amigos ou colegas mais precisam”, disse Safira.
Foto Jorge Pinho