5 ‘superalimentos’ do futuro que são bons para você e para o planeta

A alga wakame é bastante popular no Japão, mas já é cultivada também nos mares da França, da Nova Zelândia e da Argentina – STACY MICHELSON/BBC Se você...

A alga wakame é bastante popular no Japão, mas já é cultivada também nos mares da França, da Nova Zelândia e da Argentina – STACY MICHELSON/BBC

Se você quer se manter saudável e ajudar a salvar o planeta, que tal um prato de algas seguido por alguns cactos e grãos cultivados desde a antiguidade?

Globalmente, contamos com uma pequena variedade de alimentos – apenas três grãos (arroz, milho e trigo) compõem quase 60% das calorias vegetais da dieta humana. As pessoas podem até obter calorias suficientes desta forma, mas dietas restritas nem sempre fornecem vitaminas e minerais suficientes.

Um novo relatório da organização não governamental World Wide Fund for Nature (WWF) lista 50 dos chamados “superalimentos do futuro”, que são saudáveis e bons para o meio ambiente. Conheça cinco deles para incluir em seu cardápio.

Moringa

llustração de moringa
A moringa é muitas vezes chamada de ‘árvore milagrosa’ por crescer rápido e ser resistente à seca – Direito de imagem: STACY MICHELSON/BBC

A moringa é muitas vezes chamada de “árvore milagrosa” – cresce rápido, é resistente à seca e, no sul da Ásia, onde é uma espécie nativa, muitas de suas partes são usadas na medicina ayurvédica. Suas folhas podem ser colhidas até sete vezes por ano e contêm vitaminas A e C, além de minerais como cálcio e potássio.

Nas Filipinas e na Indonésia, é comum cortar as longas vagens em pedaços menores para serem cozidos em curries e sopas. Estas vagens também contêm sementes que são ricas em ácido oleico, que tem sido associado a níveis mais elevados de colesterol “bom” no corpo.

As folhas podem ser moídas e transformadas em pó para serem usadas em vitaminas, sopas, molhos e chás.

Priya Tew, nutricionista e porta-voz da Associação Dietética Britânica, sabe bem disso. “Na minha família no Sri Lanka, comemos como parte de um curry. Você raspa o interior com os dentes e chupa o molho.”

Wakame

Ilustração de wakame
As algas wakame podem ser cultivadas durante todo o ano – Direito de imagem: STACY MICHELSON/BBC

No Japão, as algas wakame são cultivadas há séculos para serem usadas na alimentação, mas também são oferecidas aos espíritos dos antepassados, ​​e até impostos já foram pagos em algas marinhas.

Hoje em dia, também é cultivada nos mares da França, da Nova Zelândia e da Argentina. Pode ser colhida durante todo o ano – sem o uso de fertilizantes ou pesticidas – e desidratada ao sol.

O algas secas conferem um delicioso sabor salgado e umami (o quinto gosto do paladar humano) aos alimentos. Também são uma das poucas fontes vegetais de ácido eicosapentaenóico – o ácido graxo ômega-3, encontrado em peixes com alto teor de gordura que se alimentam exclusivamente de algas.

Uma das mais suaves algas marinhas marrons, a wakame também contém uma grande quantidade de fucoidan – uma fibra alimentar que estudos com animais têm demonstrado ter bons efeitos na redução da pressão arterial, além de propriedades anticoagulantes e antitumorais.

“Algas pode ser uma grande fonte de iodo e ômega 3, especialmente para as pessoas que consomem menos produtos de origem animal. Comia muito isso em Hong Kong”, diz Priya Tew.

Mas ela faz um alerta: “É importante comer em pequenas quantidades por dia para não ingerir muito iodo e metais pesados presentes no mar”.

Fonio

Ilustração de fonio
Este antigo grão africano pode ser o novo cuscuz? – Direito de imagem: STACY MICHELSON/BBC

Este antigo grão africano é conhecido pelo seu sabor delicado que lembra o de nozes. O povo bambara, do Mali, diz que ele “nunca cria problemas para o cozinheiro” por ser muito fácil de preparar.

Há evidências de que vem sendo cultivado há mais de cinco mil anos, desde o Egito antigo. Existem variedades preta e branca do cereal, que é resistente à seca e está pronto para ser colhido em apenas 60 ou 70 dias na região do Sahel, na África Ocidental.

Os grãos de fonio são tão pequenos quanto areia – e a casca não comestível precisa ser removida. Grande parte deste trabalho é feito à mão, mas um novo moinho no Senegal pode levar o grão sem glúten a ser exportado para todo o mundo quando for concluído no próximo ano.

Rico em ferro, zinco e magnésio, o fonio pode ser usado no lugar do cuscuz ou do arroz e até mesmo usado para fazer cerveja.

Priya Tew diz que “é um grão que adoraria experimentar”. “Acho que será popular, pois é livre de glúten, e o fato de ser resistente à seca o torna uma boa opção como um alimento do futuro diante do aquecimento global”.

Nopal

Ilustração de cacto
Cacto nopal pode ajudar pessoas com diabetes do tipo 2 – Direito de imagem: STACY MICHELSON/BBC

Este tipo de cacto comestível é comumente usado na culinária mexicana, que utiliza seu caule, frutos e brotos como ingredientes. Pode ser comido cru ou cozido e transformado em suco ou geléia. É fácil cultivá-lo na América Central e do Sul, na Austrália e até na Europa.

Alguns estudos clínicos sugerem que a fibra dos cactos ajuda o corpo a excretar mais da gordura que é ingerida, mas quaisquer benefícios para a perda de peso ainda precisam ser comprovados.

Outros estudos sugeriram que reduz os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes tipo 2 e pode até combater os sintomas desagradáveis da ressaca.

Quem quiser experimentar este cacto deve tomar cuidado: algumas pessoas relatam efeitos colaterais como diarréia leve, náusea e inchaço abdominal.

“Alguns dos benefícios para a saúde apontados parecem ser interessantes, mas é importante notar que não são comprovados e que existem efeitos colaterais. Por isso, infelizmente, dificilmente virará moda em alimentação saudável”, diz Priya Tew.

Feijão-bambara

Ilustração de alimentos
O feijão-bambara é de fácil cultivo e uma boa fonte de proteína – Direito de imagem: STACY MICHELSON/BBC

É como uma versão menos oleosa e doce de um amendoim. O feijão-bambara chamou a atenção de especialistas em alimentos sustentáveis, ​​porque pode ser cultivado em solos pobres, tornando-os mais férteis ao “fixar” nitrogênio na terra.

A leguminosa africana também é cultivada no sul da Tailândia e partes da Malásia e pode ser cozida, assada, frita ou moída para formar uma farinha fina.

No leste da África, os grãos são transformados em purê para criar uma base para sopas. Ele é conhecido como um “alimento completo”, por ser rico em proteínas e uma fonte do aminoácido essencial metionina, que promove o crescimento de novos vasos sanguíneos e a absorção de zinco, necessário para o sistema imunológico do corpo. Também tem muito selênio, que ajuda a regular a função da tireóide e fortalece o sistema imunológico.

“Pode ser ótimo para pessoas vegetarianas, veganas ou que têm uma dieta baseada em vegetais, por ser uma fonte de proteína e ser obtido por meio de culturas sustentáveis”, diz Tew. “Com as atuais questões que temos diante do futuro de nossa alimentação, precisamos alimentos versáteis e de fácil cultivo como este.”