Cisterna sustentável: projeto já reaproveitou 1 milhão de litros de água da chuva

Mais de um milhão de litros de água da chuva reaproveitados para uso doméstico e 171 pessoas abastecidas diariamente por cada cisterna em funcionamento. Esse é o saldo...

Mais de um milhão de litros de água da chuva reaproveitados para uso doméstico e 171 pessoas abastecidas diariamente por cada cisterna em funcionamento. Esse é o saldo do projeto Amana Katu, que monta e instala cisternas sustentáveis em casas de famílias ribeirinhas. Criado por estudantes do Time Enactus da Universidade Federal do Pará, o Amana Katu já impactou a vida de mais de cinco mil pessoas e foi eleito o melhor projeto do mundo no tema conservação da água do planeta.

“A Amazônia vive um paradoxo. Milhares de pessoas vivem rodeadas por água doce, mas não podem bebê-la. Por isso criamos cisternas de baixo custo para que comunidades ribeirinhas possam ter acesso à água de qualidade em casa”, explica Wilson Ferreira, um dos idealizadores do Amana Katu. Ele estima que as cisternas instaladas na região até agora já tenham impactado as vidas de cerca de 860 pessoas.

Cisterna sustentável

 

A matéria prima da cisterna vem do reaproveitamento de materiais da indústria alimentícia. A bombona que armazena a água da chuva é reutilizada após o uso para transporte de azeitonas do Chile para o Pará. E além de garantir um produto sustentável, a cisterna montada pelos alunos custa 52% a menos que o preço de mercado de cisternas comuns.

O baixo custo vem também da mão de obra em parceria com jovens do Movimento República de Emaús. Antes mesmo de chegar ao destino final, as cisternas do Amana Katu já auxilia no desenvolvimento profissional de jovens que recebem capacitação para montagem do sistema e podem, a partir do conhecimento colocado em prática, garantir uma renda extra.

Projeto estudantes UFPA reaproveitou mais milhão litros água chuva cisterna sustentável

E não para por aí: a cada 5 sistemas vendidos, um é doado gratuitamente a uma família sem acesso à água potável. “A falta de água própria para o consumo em uma região tão cheia de riquezas pode parecer um problema complexo, mas não significa que a resposta também precise ser”, conta o líder do projeto, Edson Leão.

Reconhecimento internacional

 

O Time Enactus UFPA, do qual o Amana Katu faz parte, foi reconhecido como um dos projetos mais inovadores do mundo no reaproveitamento de água. Os prêmios foram recebidos no Vale do Silício, na Califórnia, nas competições mundiais World Water Race e Ford Mobility Innovation Challenge, competições mundiais que unem empreendedorismo e sustentabilidade. O Amana Katu também já foi classificado como a terceira melhor do país no Prêmio Latinoamerica Verde 2019.

Este ano o Time Enactus UFPA representa o Brasil na Enactus World Cup e o Amana Katu disputa novamente o título do World Water Race. A equipe mantém um financiamento coletivo online para cobrir os custos da viagem dos representantes. Veja o vídeo de divulgação:

Time Enactus UFPA

 

Campeão do Evento Nacional Enactus Brasil 2019, competição nacional de empreendedorismo, foi fundado em 2014, com o apoio da Universitec/UFPA. Tem como missão desenvolver líderes que, por meio de ações empreendedoras, sejam capazes de empoderar pessoas para transformar comunidades, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar social.

Além do Amana Katu, o time possui quatro outros projetos: o Cíclica, que trabalha com ações ambientais em parceria com recicladores de lixo para a redução do descarte incorreto de resíduos sólidos.

Fiero, que busca reduzir o descarte de alimentos por simples critérios estéticos e reaproveita alimentos das feiras de Belém para a produção de uma linha de geleias artesanais, em parceria com feirantes e pessoas em situação de desemprego.

Costuraê, que oferta capacitações em corte e costura para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica e reaproveita restos de tecido da indústria têxtil para a produção de uma linha de ecobags.

Minerva, uma plataforma que conecta mulheres profissionais do mercado da construção civil a mulheres que necessitam de serviços de reparos residenciais, mas têm medo de contratar um homem. O projeto insere mulheres no mercado de trabalho e garante mais segurança às contratantes na prestação do serviço.

Por Gabriel Pietro | Razões Para Acreditar

Fotos: Divulgação